Visualizzazioni totali

giovedì 1 agosto 2013

Desejar o que não vive

"Veillir : la vie commence à m'oublier; la mort, à me reconnaître" Jabès, Le Livre de l'Hospitalité

Envelhecer, olhar o chão.
Ser tocado nos ossos pela solidez das coisas:
elas me rasgam, me quebram, me deformam.
Meu nódo norte: parado, imóvel.
Esquecer os corpos que trepam, que trepidam e
lembrar toda hora de devorar, engolir, deglutir
o inanimado.
Ele começa a ocupar meu pensamento ocupando seus temas
e a ocupar minhas pulsões sintonizando meus tubos digestivos.
A matéria mais bruta me tenta.
A intrepidez do que fica parado,
de um barco ancorado, de uma substância sentada.
O longo adeus: num lampejo, o vento bate em meus cabelos
com a audácia de sempre, e revolve minhas tripas -
desejar o que não vive.




Nessun commento: