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lunedì 31 marzo 2014

El Desarmado (en Jalcomulco y en Xalapa)

El Desarmado, las primeras presentaciones.


Las revoluciones se convirtieron
en golpes de estado.
La policía protege los gobiernos
contra los electores.
Quedan los arsenales concentrados
y los desarmados.

Mientras te gobiernan.

todas por la calle, todos en la calle, todas a la calle, todos en la calle, todas por la calle
todos por la calle, todas en la calle, todos a la calle, todas en la calle, todos por la calle
todas por la calle, todos en la calle, todas a la calle, todos en la calle, todas por la calle
todos por la calle, todas en la calle, todos a la calle, todas en la calle, todos por la calle
todas por la calle, todos en la calle, todas a la calle, todos en la calle, todas por la calle
todos por la calle, todas en la calle, todos a la calle, todas en la calle, todos por la calle
todas por la calle, todos en la calle, todas a la calle, todos en la calle, todas por la calle

Seguientes: Universidad Veracruzana en Xalapa (Humanidades) y
Tlaltelolco, donde miles de desarmados fueran masacrados en 2 de octubre, 1968.
Como es posible imaginar una revolución?


venerdì 14 marzo 2014

Índio é Noise


Nós somos barulho. Um estrondo em forma de zumbido, de lufada e de arrastão. Destes que assombram. Assombram porque preferem às hidroelétricas a voz do sedimento nas pedras do chão. Porque ao invés de apertarmos interruptores preferimos indigenizar as cidades, as paredes dos apartamentos, as calçadas e os telefones celulares. Virar índio. Virar essa perturbação ao Brasil. O país a contrapelo. A contracorpo. Desde as primeiras bravatas. Desde Caminha. Desde os primórdios havia um ruído de matéria viva no projeto de terraplanagem com cruz e caldeirinha de uma tabula rasa. Havia um eco. A tabula era funda - da cor da terra camada por camada, grão a grão. Somos o outro barro e o outro berro, o tom desafinado e esganiçado nas árias de Domenico Zipoli, de Yapeju, de Carlos Gomes. Aquele som de segredo nas pedras guaranis. O som que não era para ouvir. Mas que nós sintonizamos. Nós os que querem uma coisa que não cabe na geladeira. Virar índio, e com o computador, e com o vibrador, e com o liquidificador. Movidos à mais ruidosa das energias. Movida a sol.

Não somos muitos todo tempo, mas às vezes somos imperceptíveis e, ainda assim, indomados. Nem chegamos pra ficar. Chegamos para relampejar. É que tem tremembé insubordinado dentro de qualquer bobina, um caxixó sub-atômico dentro de toda linha de transmissão, tem um uivo trumai deslizando pelas paredes dos reservatórios. Alguns natos, muitos adotados. Todos devoradores de brancos. Devoramos pelas beiradas, pelos beiços, pela beleza. Noise é antropofagia. É dança sem sonoplastia. Cochicho. E pelo pé dos ouvidos, tocamos um pedaço de chocalho, trançamos taquaras, fazemos em cada pilastra de concreto das cidades um pau-de-tempestade. De meme a meme. Até a demografia amarelar.

Tudo começou com uma de nós descendo um rio. Numa canoa. Cheia de técnicas. Cômodas. Complicadas. Trazia um jeito de preservar mandioca, um jeito de aproveitar as ervas das selvas para dormir melhor, um ruído estridente do fundo da garganta para deixar as metamorfoses tomarem corpo, um jeito de encontrar um espectro livre no alto de uma árvore cheia de frutas. Ela encontrava pessoas pelo caminho, crianças quilombolas, latifundiários, macunaímas intempestivos, gente que ficou pelo caminho da coluna Prestes, garimpeiros e descendentes arcaicos dos tupinambás mais dissolutos. E dizia: eu quero fazer uma aldeia com as máquinas que vocês desejam. Eu sou Beta. Eu trago da matéria bruta a força bruta do distúrbio suave. A aldeia foi crescendo a um ritmo de bola de vírus: um espasmo kraô, cambós pelos braços empunhados, um pé guarani-kaiowá fincado na terra. O país inteiro virado ao avesso. Condomínios cheios de ocas, igrejas com cheiro de daime, governos fazendo catimbó e se dissolvendo em hectares e hectares de Raposa Serra do Sol. Até okuparmos a explanada dos controles. Noise fazendo um quarup ministerial. Até que escrevam pela história que, pelos horizontes de Pindorama, o ocidente foi acidente.


venerdì 7 marzo 2014

Orgia de Leopoldo Maria Paneros

Diario de un sedutor

No es tu sexo lo que en tu sexo busco
sino ensuciar tu alma:
desflorar
con todo el barro de la vida
lo que aún no ha vivido.

Dedicatoria

Más allá de donde
aún se esconde la vida, queda
un reino, queda cultivar
como un rey su agonía,
hacer florecer como un reino
la sucia flor de la agonía:
yo que todo lo prostituí, aún puedo
prostituir mi muerte y hacer
de mi cadáver el último poema.

Himno a Satan

Sólo la nieve sabe
la grandeza del lobo
la grandeza de Satán
vencedor de la piedra desnuda
de la piedra desnuda que amenaza al hombre
y que invoca en vano a Satán
señor del verso, de ese agujero
en la página
por donde la realidad
cae como agua muerta.

http://www.poemas-del-alma.com/leopoldo-maria-panero-himno-a-satan.htm#ixzz2vF7Q9XKM
Sobre a morte de Panero

giovedì 6 marzo 2014

Gelman en Dibaxu, en Judezmo

no tenis puarta/yave/
no tenis sirradura/
volas di nochi/
volas didia/
lu amadu cría lu qui si amará/
comu vos/yave/
timblandu
nila puarta dil tiempu

Leyendo a Myriam Moscona, Tela de Seboya con encanto. Encanto del judezmo. Sobre eso dice Gelman (en el libro de Moscona):
La sintaxis sefardí me devolvió un candor perdido y sus diminutivos, una ternura de otros tiempos que está viva, y por eso, llena de consuelo.

domenica 2 marzo 2014

il y a des matins trop tristes

desliguei o som dos pássaros, dos repentinos e dos repetidos -
já há anos que cortei estas veias;
se sangrou? derramou a gosma cinza, bem lenta,
dez centímetros cúbicos
por dia.
assim eu escorri, manhã a manhã,
meus órgãos-pássaros se atrofiaram -
tentei uma prótese com Salif Keita
em um radinho de lata de Negra Modelo,
tentei abrir a janela para recolher o último miasma;
ponho uma sandália de fivela,
como doces de amêndoas, procuro as partículas da minha infância
em terras que eu nunca fui -
o estrangeiro está em mim,
mas o conhecimento dele pode estar muito longe -
tratar cada uma das mais arriscadas partes do mundo
como quem fica polindo cristal,
feliz como um rei com coroa de papel celofane.
descasco uma dúzia inteira de ovos, brancos e
ponho as cascas em um prato transparente.
fico paralisado diante
destes corpos, brancos, crocantes, estridentes
sem comer nenhum deles, sem colocá-los a perder;
há cópulas que não se pronunciam
há cópulas para as quais não há ser
já que não há ligação.
os cheiros dos ovos descascados me atordoam -
tenho nos meus subterrâneos desejos assim,
da cor destes ovos abafados;
guardo eles nas tripas retorcidas
que vão virando terra incognita,
ou miomas amarrados, ou só becos sem saída.
mais tarde jogo as cascas para os pássaros pretos, alforriados,
eles voam longe dos ovos, também sem verbos de ligação.
no armário onde eu guardo minhas meias cor-de-laranja,
as gavetas fechadas são breu, só um pedaço da casca de um ovo
grudou na ponta do meu dedo -
e seguiu grudada nele, branco.