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venerdì 29 ottobre 2010

noite branca do corpo

meus polegares doentios
nem catam nozes no pé
nem abrem vidros de azeitona
o membro todo superior e branco
encapa o escafóide fraturado
tremi demais: que fazer
e rasguei o osso
meus cacos de escafoide se juntarão?
ou minguo assim?
olho o leque, meus papéis lépidos, meu macaco
azul e de cristal
deus é paciência
minha sucata

giovedì 21 ottobre 2010

Velocidade angular (um esboço)

Na jugular de um orangotango otorrinolaringologista
tem uma marquinha, singular.
Nem é autêntica, foi feita com geometria e um poema do Ferreira Gullar
fora do lugar.
Quando corre o mais que humano, menos que animal
corre em círculos sem medir o fôlego
e sem fumar.

domenica 17 ottobre 2010

Um poema de Monica Udler

Minha morte será o filho que não tive
E minha vida é essa gestação
Passeio grávida pelo mundo
Sem que ninguém note
Sem que jamais me esqueça

Meu ventre se estende por onde e entre
E o feto com afeto levo
Levo em mim o dia do parto-partida
Gero em mim a melhor morte possível

Conto meus dias contados
Acaricio minha promessa
Eu aqui fora
Tendo-a aqui dentro:
Criança-anciã

Dilata-se o colo do éter
E intumesce latente meu túmulo:
O colostro da liberdade
Escorrerá por suas paredes

sabato 2 ottobre 2010

William Carlos William on Election Day

Warm sun, quiet air
an old man sits

in the doorway of
a broken house--

boards for windows
plaster falling

from between the stones
and strokes the head

of a spotted dog