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venerdì 23 maggio 2014

Minha terra concreta


o que me amarra nas crosta da Terra?
a benção ... o sonambulismo
multidão ou ... ou ovelha

horas e horas de paisagem austríaca ... caídas na piscina quente a mãe e a filha
o trem em uma velocidade da breca ....... calor do sol, calor do vento, frio da morte
a cabeça a cada kilômetro mais fraca ... cabelo e carne se resumem um no outro
cravadas no âmago uma flor e uma faca . camadas de sonho seco na medula

uma tarde bem no fim da estrada implica catástrofe sem anunciação em palavras

ou nada
só luz

sabato 17 maggio 2014

a funcionalidade me desdiz

imagino outra vez minha descendência.
impaciência. o mundo visto com olhos apressados. não tem mais pistache?
já nem posso deglutir. a vida será um rio enxurrado. e a toa.
sem dentes, sem gengiva, uma velha vestida de branco só me lembro de Oaxaca
e quero o gosto dos pistaches.

gosto das velhas cruéis.
só me sobraram elas - eu queria parir trezentas delas.
todas levando um mundo mais poderoso que tudo o que é é é
em caixinhas de música emperradas.



giovedì 15 maggio 2014

Jugendheit

Eu fui uma carta de tarot com cinco de espadas.
Fui também um elevador, um liqüidificador, um tapete molhado, e
perdi o fio da meada no meio do corredor, é certo.
Não consegui encontrar as palavras para contar para mim, uma coelha manca,
o que eu estava fazendo aqui.
Com detalhes.
Eu, que era aquele isqueiro tão bem útil do Pat Ingoldsby,
entrei na primeira sala
e procurei uma janela.
Tinha um sofá cor-de-rosa e uma bola inflável bem azul -
eu não tinha nada para fazer ali.
Queria sentar no sofá, com o cotovelo na bola e contar histórias,
daquele tempo de gigantes e de titãs que ninguém tem saudade,
já que nunca passou.
As saudades ardem porque só há o novo.

Aquelas que virão, resumirão minha vida entre um gole e outro de bebida,
eu serei só a diaba tardia ou um pedaço de corrimão.
Aquelas que virão não serão mais eu - terão outros fôlegos.
Usarão outros guarda-chuvas, nos fins de tarde de chuva,
terão outros passos, e outra pressa.
Eu serei a margem do rio.
Com um saco de papel cheio de passas doces.


giovedì 8 maggio 2014

Cada nada

Rosenzweig diz que tudo que é mortal é solitário. O que fica acompanhado, não morre. Deus é paciência. Morrer é largar o osso, e virar osso largado. Morrer é sair de cena, sair da balbúrdia fractal que conecta tudo com tudo. Morrer não acontece com tudo, acontece com cada coisa. O morto sai de circuito, sai da trama. Porque cada um sai da trama, a trama não é tudo - há o nada depois da trama. Cada ente carrega o seu nada. Rosenzweig diz que cada nada de cada morte é um novo nada. Os cadas carregam um nada e um novo. Os tudos carregam todos os outros e nada mais. Os tudos carregam a noite antiquíssima e idêntica, os cadas carregam manhãs. O cada ofusca, é pavoroso. O tudo obnubila, é apavorante. O pavor de cada cada que compõe um tudo. Deve ser que cada coisa que existe é também um cada porque carrega um nada. Cada nada que compõe o tudo. Todo mortal é desacompanhado. Procurar o ser, clamar pelo ser, pedir o ser é pedir companhia. Pedir parceria. Parceria contra o pavor da manhã. O pavor que desperta ter que estar escrito no livro trançado da vida. Entrelaçado de fios de morte -cada fio solto é alguém que ficou sem companhia. Rosenzweig diz.