Visualizzazioni totali

sabato 31 marzo 2012

Rilke nas Cartas de Muzot

Tal como a natureza abandona os seres
ao risco de seu prazer abafado sem que nenhum
Seja especialmente protegido nas glebas e ramadas
assim também nós não temos, do mais profundo do nosso ser,
uma atenção especial; ele nos põe em risco. Só que nós,
mais ainda que a planta ou o animal,
vamos com o risco, queremo-lo, e por vezes também
arriscamos mais (e não por interesse próprio),
do que a vida, arriscamos
por um sopro mais... Isto concede-nos, fora de proteção,
um estar seguro, aí onde atua a força da gravidade
das forças puras; o que por fim nos abriga,
é o nosso desamparo, e que
ao aberto assim o viramos, vendo-o ameaçar,
para que, algures no círculo mais vasto,
onde a lei nos toca, o aceitemos.

NOTA: Heidegger está certo em apontar o dedo para este poema (em Wozu Dichter?)

giovedì 29 marzo 2012

Outside the Atlas (Adrienne Rich goes)


From an Atlas of the Difficult World

I know you are reading this poem
late, before leaving your office
of the one intense yellow lamp-spot and the darkening window
in the lassitude of a building faded to quiet
long after rush-hour. I know you are reading this poem
standing up in a bookstore far from the ocean
on a grey day of early spring, faint flakes driven
across the plains' enormous spaces around you.
I know you are reading this poem
in a room where too much has happened for you to bear
where the bedclothes lie in stagnant coils on the bed
and the open valise speaks of flight
but you cannot leave yet. I know you are reading this poem
as the underground train loses momentum and before running
up the stairs
toward a new kind of love
your life has never allowed.
I know you are reading this poem by the light
of the television screen where soundless images jerk and slide
while you wait for the newscast from the intifada.
I know you are reading this poem in a waiting-room
of eyes met and unmeeting, of identity with strangers.
I know you are reading this poem by fluorescent light
in the boredom and fatigue of the young who are counted out,
count themselves out, at too early an age. I know
you are reading this poem through your failing sight, the thick
lens enlarging these letters beyond all meaning yet you read on
because even the alphabet is precious.
I know you are reading this poem as you pace beside the stove
warming milk, a crying child on your shoulder, a book in your
hand
because life is short and you too are thirsty.
I know you are reading this poem which is not in your language
guessing at some words while others keep you reading
and I want to know which words they are.
I know you are reading this poem listening for something, torn
between bitterness and hope
turning back once again to the task you cannot refuse.
I know you are reading this poem because there is nothing else
left to read
there where you have landed, stripped as you are.

Adrienne Rich

venerdì 23 marzo 2012

Desencontrários (Leminski)

Mandei a palavra rimar,
ela não me obedeceu
Faliu em mar, em céu, em rosa,
em grego, em silêncio, em prosa.
Parecia fora de si,
a sílaba silenciosa.

Mandei a frase sonhar,
e ela se foi num labirinto.
Fazer poesia, eu sinto, apenas isso.
Dar ordens a um exército,
para conquistar um império extinto.

giovedì 15 marzo 2012

Cobra Norato (XXIII) - Bopp

Noite grande...

Apicum de beira de estrada está gostoso

Hoje tem céuque não acaba mais
esticado até aquele fundo

Bom se eu pudesse empurra horizontes
ver terras com florestas decotadas
numa noite enfeitada de lua
com cachos de estrelas

- Estou de mussangulá

Dentro do mato de árvores niqueladas
silêncio daz tincuã

Grilos dão aviso
Respondem lá adiante

Sapos com dor-de-garganta estudam em voz alta
Céu parece uma geometria em ponto grande

- Há tanta coisa que a gente não entende, compadre

- O que é que haverá lá atrás das estrelas?

desbainhando as retinas

abro os olhos
miro minhas duas rotinas na manhã
esbugalhadas

acordo na manhã espetada

lunedì 12 marzo 2012

Idéias Filosóficas em Forma Literária sobre Manuel de Barros


Para os leitores do Buca L'Ombrello de brasília:
Começa nesta sexta feira o curso sobre Manuel de Barros
Não é para explicar, é para incorporar.
Que baixem os deuses arrebatadores das ninharias.
Sextas às 7 da noite, a partir do dia 16 de março.

Tudo, pois, que rasteja partilha da terra.
(Heráclito segundo o anarqueólogo de Rabelais)

Poesia é voar fora da asa

Meus caminhos
a garça
redime

Venham! Tem virtude o inútil.

sabato 10 marzo 2012

A existência do sexo

I've mistranslated a poem of mine that appeared here in Buca in 2009 for a collection. Into
Portuguese and Spanish. Of course, I'm unsure

The existence of sex

there is mounting evidence against humanity;
no shoulder holds the sky suspended
lions rush,
slow sunsets,
the worms are worms of dizziness
i will not hold the bridle
while the green light is making the land light
may you find a way out: a seagull or a photograph
the universe is full of fine lines, hold them
tight
as for me, I have the purpose of not blinking my eyes
i will knock these doors when they shut
in my guts. I hear the sound of running water, and turtles
and Simbad
I desire
my face carries this sociobiology
which squeezes the squid, sweet, triumphant and bitter
i’m exiled in a country never my own, yet my legs can stretch
what does it take to dance? to host a duet close to the lips
there is mounting evidence against fitting matrioshkas.

La existencia del sexo

hay pruebas crecientes en contra la humanidad;
no hay hombro para sostener el cielo suspendido
leones tienen prisa,
los atardeceres lentos,
las gusanos son gusanos de mareo
yo no voy hacia al freno
mientras que la luz verde ilumina la tierra
que tu puedas encontrar una salida: una gaviota o una fotografía
el universo está lleno de líneas, guardalas
en cuanto a mí, tengo el propósito de no parpadear los ojos
voy bater en estas puertas cuando cierran
en mis entrañas. oigo el sonido de agua corriente, y las tortugas
y Simbad.
deseo
mi cara lleva esta sociobiología
que aprieta el calamar, dulce, triunfante y amargo
estoy exiliado en un país que no es el mío,
pero mis piernas se extienden
¿qué se necesita para bailar? para albergar un dúo cerca de los labios
hay pruebas crescientes en contra matrioshkas de montaje.

A existência do sexo

há evidências crescentes contra a humanidade;
não há ombros que sustentem o céu
os leões correm,
entardeceres lentos,
os vermes são vermes de tontura
eu não vou segurar o freio
enquanto a luz vermelha ilumina a terra
que você ache uma saída: uma gaivota ou uma fotografia
o universo é cheio de nuances, agarre-as
com força
quanto a mim, eu tenho o propósito de não piscar os olhos
vou bater na porta quando elas se fecham
nas minhas tripas. Escuto o som da água correndo, e as tartarugas
e Simbad
eu desejo
minha cara carrega esta socio-biologia
que aperta o polvo, doce, triunfante e amargo
estou exilado em um país que não é meu, mas minhas pernas se alongam
o que é preciso para dançar? abrigar um dueto nos lábios
há evidências crescentes contra a matrioshkas encaixadas.

Compor

Cacos. Carne redonda. Cor. Crivo cravado nos dentes.
Não dá pra esquecer que nós já somos indigentes?
Vejo nas paisagens os magmas geológicos antigos
que guardam tudo
Mas não rezo ao magma, quero pular na lava,
rezo ao Alea
Jacta sempre est