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lunedì 26 ottobre 2015

Um jardim inventado com sapos reais dentro?

Contava a pouco na mesa:
- Minha mãe me via triste e dizia,
"por que você está triste, com pernas e braços?".
É que as tormentas parecem inventadas
por nós mesmos quando temos a comodidade
entre tantos problemas reais de tanta gente,
minuetos tocados pela madrugada entremeados de soluços
enquanto outras e outros acordam
para um trabalho que rasga suas forças.
Eu ouvia isso e chorava mais: por todas as dores,
a minha e todas as outras.
E via os sapos pularem para fora das minhas neuroses.

martedì 6 ottobre 2015

Não somos bonobos

Ontem estava tórrido e seco e todas a minha erudição se derreteu.
Fui ao curso de feminismos e filosofia falar sobre o pornoterrorismo.
Debaixo do braço, o livro da Diana Torres
com todos os meus rabiscos nas margens, rostos sorrindo,
setas, riscos, traços.
Ela dava para os homens, eu dizia, e eles achavam que tinham
que pagar a cerveja, ou um jantar, ou um passeio de barco.
E o prazer deles era assim bem maior?
Ou eram eles que tinham que humilhar o prazer dela?
Que porra é essa?
Estava tórrido e seco e toda a minha erudição se derreteu.
Eu falei que ela experimentou no corpo a diferença sexual.
Mas onde mais alguém pode experimentar diferença?
Perdi de comer a pinha.
Afinal, por que não somos bonobos?
Estes mesmos que imaginamos ainda que sejam apenas chimpanzés disfarçados?
E nem sequer fingimos ser bonobos.
Perdi de comer a pinha.