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domenica 28 settembre 2014

ESCALA, de H2A (Heitor Humberto de Andrade)

Toda vez
que olho pela janela
do apê em que moro

vejo uma rosa
num círculo
de terra

Os pássaros
gorjeiam
nas árvores

O céu sempre
belo: seja
dia ou noite

A poesia
é imensa
e bucólica

e eu sempre
angustiado
com essa falta de dinheiro.

giovedì 25 settembre 2014

Hei

Recorda-te: não vai te acostumando a cada dia com a dilaceração.
Vai haver um dia o minuto da comunidade do êxtase..

Se estiveres acostumado aos restos,
serás porco para as pérolas,
serás abismo para teu corpo.

O mês de Devrim

3 de setembro choveu
Eu pulei a janela do prédio para abreviar o caminho até a classe que eu assistia de Poéticas Contemporâneas 2. Cheguei molhado. Eu tinha trazido 20 imagens para começar um atlas e 10 massinhas coloridas. Eram 10? Gostei muito da branca.
10 de setembro foi o parto: de manhã cedo.
Teve aqueles 40 minutos, nomeados mais tarde pelo pediatra, em que a recem-nascida começou a vida como outra que olha, e me olhava como se fosse me encontrar de uma só vez. Depois isso passou e ela começou a vida como recem-nascida. Quase sem ver muito ao redor.
17 de setembro foi na rua, seca como em 10 de setembro. Mas eu estava nela.
As duas da tarde fiquei atravessando pela faixa de pedestre a rua entre a rodoviária e o conjunto nacional. Estava ensinando um curso, conceitos como personagens, que pedia que nós pedíssemos para segurar na mão de alguém para atravessar a rua.
24 de setembro, último dia de 5774 e, no fim da tarde, da janela de Poéticas Contemporâneas 2, começou a chover. Agora a seca acaba mesmo, é esta, pensei, aquela chuva divisora de águas. Dois anos atrás a Divisora veio de noite quando eu ensinava um curso mais ou menos sobre a Gramática Expositiva do Chão, de Manuel de Barros.

domenica 21 settembre 2014

Sobre o ar parado, sobre o bafo quente

Nos dias modorrentos de início de primavera
penso que o mundo é feito de desritmias:
os compassos que mais embalamos
ressoam séculos depois, quando já
não temos a baqueta do xilofone.

A doutrina da imortalidade objetiva,
recheada de corrogênese e descompasso,
vista da sombra da castanheira enorme
é uma formulação estrita do hedonismo.
Esqueço o arroz na panela perto do sol.
Procuro, entre os grãos superpovoados,
uma nave para fazer minha anábase.
Não tem nave. Não tem calendário.
O elevador enguiçou a passagem das horas
e só as cigarras sabem quando vai chover.

venerdì 12 settembre 2014

Tikkum Olam

Nasceu ante-ontem mais uma pessoa. Para que escrever mais um livro, se já há tantos?
Há livros que nasceram para mudar todos os outros livros.
Assim nasceu esta pequena cria, sol raiando, lua cheia, entre os livros de Addichie
e uma pequena coleção (incluindo um livro sobre o Hezbollah)
sobre Tikkum Olam - estamos para emendar o mundo.
(E mexendo com os dedos todas as eminências imanentes iminentes.)

giovedì 4 settembre 2014

As bordas entre as tintas de um Seurat

Uma vez uma coisa se revelou imortal a mim com toda nitidez:
e não era uma coisa, era uma excesso de bordas entre elas.
Cada coisa invadia as outras ao seu redor: a paisagem era insuficiente
o presente era insuficiente, a circunstância era insuficiente.

Imortalidade objetiva. Não era imagem alguma que ia retornar eternamente,
era a pincelada.

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