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mercoledì 14 febbraio 2018

Tu também esconde a loucura

escuto Lemebel
meus hormônios verdes escapam da minha asa quebrada
minhas patas
tremem como se todas as frutas fossem doces.

é que estou em um caso de amor com um besouro e uma parede
é trágico, triangular, e é ternura;
não quero saber de ir fazer carreira no setor comercial e
nem de fazer provas na escola
e nem sequer de levar ao parquinho meu rebento,
não quero beber cerveja com a Silvia Roncador e a Celia Xakriabá
porque fico sorrindo para o besouro e lambendo a parede
adornando minha demência vestida de amor descomunal
passando o dedo do meio no rego entre o rodapé e o chão
encostando um pedaço de lona
no casco dele, sexy, tão provocante...
Um namoro de comer pipoca no cinema
mas sem cinema - que filme agradaria minha parede?
e sem pipoca, e sem mãos dadas.
Nem sequer podemos cruzar, não cruzamos,
somos linhas paralelas, vendavais que não se esbarram
já que eles estão mais próximos de Deus que eu
e eles nem me delatam,
mas o tempo corre,
uma tarde e uma noite e uma madrugada
e eu com o colosso no coração
sem qualquer construção cultural.

nota

Sobre o anti-semitismo militante de Jair Bolsonaro

Surgiram nos últimos dias discussões sobre se o candidato da ordem a qualquer preço, do mulitarismo explícito e da chacina aos dissidentes e da destituição de suas ideias e práticas é um nazista. Nesta discussão desprovida de qualquer senso de racionalidade, houve até instituições judaicas de pouco lastro que defenderam o candidato a caudilho ainda sabendo que ele defendeu torturadores em sessões de triste memória do parlamento. Ora, se Bolsonaro é nazista importa menos do que a evidência: trata-se de um defensor de um pensamento único e da ordem unida e, claro, um anti-semita militante. Nazista ou não, o candidato diz coisas como “este não é um país laico, é um país cristão, as minorias que se adaptem”. Ou seja, um discurso de intolerância aos judeus e a todas as minorias religiosas do país. Bolsonaro é anti-semita e perigosamente explícito acerca disso, além de ser anti-islâmico, anti-candomblé, anti-budista e anti-laico. Trata-se de uma personagem que fala de metralhar moradores de áreas como a Rocinha em nome da lei e do status quo e que se apresenta como candidato de uma religião. Não ser anti-semita é defender intransigentemente o estado laico, sem viéses religiosos e jamais capaz de proteger um grupo em favor de outro.

Eis as discussões que se apresentam hoje no cenário brasileiro: é um anti-semita militante nazista ou não?