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giovedì 26 dicembre 2013

Semêntica

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O Desarmado

(Para uma estátua na explanada)

As revoluções viraram
golpes de estado.
A polícia protege os governos
contra o eleitorado.

Sobraram os arsenais contratados
E os desarmados.

lunedì 16 dicembre 2013

Todesfuge (Celan)

Todesfuge

"There is nothing in the world for which a poet will give up writing, not even when he is a Jew and the language of his poems is German." says Celan.

domenica 15 dicembre 2013

L'hospitalité divine (morceaux du Livre de l'Hospitalité, de Jabès)

Choisir son lieu mais encore faut-il que ce lieu nous tolère, disait-il.

La notion d'hospitalité est étrangère a Dieu. Ève ne l'ignorait point.
Elle mit Dieu à l'épreuve.

"De ses deux créatures rebelles, Dieu exigeait obéissance et soumission.
La réponse d'Ève a Adam fut sans doute: Ne sommes-nous pas, ici, chez nous?
Vous êtes, ici chez Dieu fut, probablement la réponse du Seigneur.
N'aurons-nous jamais notre propre lieu?
Ne serons-nous jamais libres chez nous?

Je suis votre liberté, comme Je suis votre lieu fut, vraisemblablement, la réponse du Maître du monde.
Ève et Adam se prirent, alors, à rêver d'un univers à leur dimension. Il faisait nuit.
Ils levèrent les yeux et découvrirent le ciel. Et, dans le ciel constellé, une étoile proche qu'Adam surnomma l'étoile de l'échappée.
Son étoile.
Tel est le récit qu'un sage fit, une fois, à ses disciples.

Divine est la clarté de l'aube; humaine, l'ombre du chemin.

Ce récit, comme il fallait s'y attendre, fut vigoureusement contesté par un savant formaliste.
Vérité contre imposture.
Lorsque le sage fut informé, il sourit, car il ne s'agissait point, pour lui, de remettre en question ce qui nous a été transmis de pére en fils, mais de réfléchir sur l'une des raisons qui opposent parfois la créature au Créateur.
Et Dieu a Dieu.

[...]

Dieu a l'éternité pour accomplir Son oeuvre; l'homme à peine quelques instants.
Qui hasarderait, après cela, à parler d'accomplissement? disait-il.

[...]

La totale disponibilité débouche sur l'hospitalité.

Note: ici on retrouve les idées de anarchéologie et de dexistence dans un cadre d'immanence.

mercoledì 11 dicembre 2013

Um estudo

Um dia acordei gosma.
Minhas partes eram independentes e suspiravam umas pelas outras
Meu corpo todo havia transbordado.
Nenhuma lembrança é inocente.
No outro dia dormi na prisão
- havia sonhado.
Me torturaram jogando gatos na minha boca
eles mordiam meus lábios
enrugavam meus beiços
e cuspiam hidratos de carbono com sabor de frango.
Eu não como frango.
Eu confessei um sonho e outro e outro.
Disse até que sonhei que desbravava todas as peles
e expunha todas elas como um fingimento.
Um figmento. Inventei também uns sonhos
que não tinham razão.

martedì 10 dicembre 2013

buca l'ombrello: toda pele é um fingimento




Uma imagem da imagem de D. H. Lawrence - compor um poema é rasgar o guarda-chuva que encobre o caos.
(De Carles Llonch. Enviada por Manuel de Pinedo)






lunedì 2 dicembre 2013

Não são só palavras


Cheiro a cabelo queimado. Tem no dicionário ou na tabela periódica a pitada que me sara. Não tenho a dose. Me arrasto no chão. Venham fúrias, carreguem-me. As coisas querem ser vistas de azul-sangue. Que palavras, que enxofre, que titânio vão curar minhas tripas que engoliram as fúrias meladas, deixaram elas em banho-maria na minha saliva, apararam-lhes as garras, arrancaram-lhes os dentes. Sobrou um molusco. Prendo meu braço no armário. Amarro minha língua. Uma palavra furiosa mora em mim. Mas não são só palavras. É toda uma tabela periódica de elementos insuspeitos e que contaminariam o universo de uma vez por todas com meus germes atormentados se eu os deixasse sair. São os elementos de todas as negações, de todas as diferenças e de todas a vertigens que eu viro do avesso para fingir que eu tenho pele. Toda pele é fingimento. Toda pele é feita daquilo que, virada do avesso, seria o fervor contra o horizonte, contra a crueldade fria e vulgar dos minutos, contra os crepúsculos, contra a vida de cachorro velho caçando rato morto. Contra ser alguém com uma pele. Todo este inverso do universo sai com uma palavra furiosa. Por isso eu não coloco minhas mãos no enxofre, nem meus olhos no titânio: junto meus humores às palavras para procurar um berro - que sara, por um segundo. Me espeto com pregos nas mãos, vejo o sangue sair pelas dobras enferrujadas e minha garganta continua longe de ficar gutural. Mas o súbito chega: meu monstro vocal. Inapresentável. Irrepresentável. Torto. Feito de palavras sem símbolo. Só a forma bruta das minhas entranhas. Uivo. Não tem lua. Tem um planeta sem órbita no céu cheio de nuvens. Toco com minhas unhas curtas as órbitas e tiro elas do meu caminho. Aquele que não tem estrela, aquele que não tem juízo, aquele que não tem barbitúricos. Nunca estive assim tão lúcido, e no escuro. A força dos elementos periódicos me corroem o ventre, me corroem. Bato com a cabeça na quina da mesa. Sai mais sangue, mais vermelho, mais adúltero. Entro debaixo d'água. Para baixo, para baixo.