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venerdì 7 settembre 2012

Manhã da pátria

ela acordou com uma espingarda na mão
matava o que não fosse estranho
trair, trair, trair
era dia da pátria e josineide queria desertar
a espingarda atirava sem parar
nos vizinhos que iam para a igreja
nos vizinhos que lavavam os carros
no marido que sentava no sofá
póupava o marido que era sonâmbulo pela casa
poupava os vizinhos que olhavam a rua de dentro dos portões
poupava os que encostavam a testa nas paredes e os que se achavam deusas
o bom das deusas, ela pensava, é que elas não tem gênero
nem espécie, nem categoria, nem nome científico em latim
como aquele que deram para sua orquídia

fez um café bem preto, encheu o pão de manteiga
e parou

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