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venerdì 11 aprile 2008

a dobra da vírgula

pele, pele, entre a pele, meia vírgula: apenas à distância do horizonte um ponto final, pele
adere antes das unhas, unhas antes dos antes, unhas, fronhas dos dedos são paisagem
dobras, cartilagem, parte alguma desdobra, recobra, tudo se abre, move, põe ao lado
pontilhado, fabricado, flutuado, é fôlego, refúgio; choro, lato, mujo de ter vontade
de extremidade, não termine, o tamanho do espaço, arranha um céu de pêlos, mordidos
planícies de pernas, órgãos atraídos, apelidos, ossos expandidos, amassados, tateados
meus cheiros folheados, saboreados, teus olhos arrepiados, a letra sem som, só lambe
ancas ouriçadas, ambivalentes e sem caras, rentes, disparadas, ambientes triscados
mãos por um triz de mim, tua boca, longe do que é longe do grito, urro, gemo, urro
sussurro, a clavícula mordida pela tua voz berrada, bezerrada, acavalada, somos fauna
longe dos tribunais e faunos, balneários, calendários rasgados, teus ombros riscados
costas interpenetradas, invadidas, arranhadas, costas maiores que o planeta, que não cabe
praias de corpo, ondas molhando buracos, lambendo lábios, lábios e a língua sem forma
rodeia o ar, a ponta da língua ornamental, os poros, o poro íntimo, ínfimo: carne em cheio
cor ofegante, pela boca, hesitante bueiro, perto do que está perto, aqui, aqui, um lapso
matéria de vírgulas, pernas sérias, braços relapsos ao lado ao invés, ao revés, dentes nos pés
ao lado do umbigo o umbigo comigo, aplico saliva, rezo, suspiro, meus olhos de joelhos
curvas de pontos, linhas feitas de dedos, de bedelhos, de cabelos, planos feitos com o braço
músculos sem nervos, nervos sem aço, nervos lambidos, ativa, absorvo mordo montanha
o ponto da ponta do dente sente que arranha, um vento de meio, rima sem cadarço
penso longe, maios sugados, longe palmos do dedo, marços inflados, mais pele no prelo
um oceano de desejo, pradarias de pele, castelo de bocas bocas, e cabelos, um tejo de lábios
ombros abeis, palmas em pernas, ar ofegante, vento ofegante, oceano ofegante, ofego
continentes e um mar de pele, rios correm sem margem, pego pedras feitas de coxas, giro
o vento que sai dos poros eu conspiro, me atiro pelo rego, com o dedo, penínsulas, ibérias
matéria em férias, lábios nos teus segredos, um ouvido, uma virilha, as marcas da sapatilha
uma mordida, uma barriga, ilhada no meio do pescoço uma dobra, displicente, ousadia
céu da boca arrepia, meias palavras, quartos de palavras, tudo é pronome, pontas, agoras
antes misturados de depois, paraísos enfileirados, aquis sem horas, minutos, horas crescem
dias aparecem da pele, pele entre vírgulas, entre mãos, dobrinhas, sem ar, teu lábio espanca
garganta, calcanhar, linha, espaço em branco que quer, quer ofegante, ar, ar, pele, assim
quer unhas, invadindo horizontes, matéria sem dono, fora de mim, suspenso, suspense, suor
melhor, posições, ruídos, ruída, te rôo, te risco, barulho do fôlego, e segue, não fica pronto
preposições, vírgulas com vírgulas, longe o ponto, onde a cabeça curva, curvas intensas
proposições golfadas densas, suspensas à beira da pele, unhas bruscas arranham mundos
tortos, cantos, minhas sobras, meus fundos, vírgulas de pele, escritas, impelidas, nunca frias
ofego vírgulas de bocas macias, vontades quase paradas, ardo, umas dobras abraçam
não caibo em meu corpo, caibo em teus dedos, dedos me amassam, me dobram, esfrego
entrego meus dentes, tenho ar, tua voz, a sós, desejos em disparada, um ombro me arranha
perto da pele, o contorno me treme, me acompanha, mordo as vírgulas, pontos, tontos
minhas costas arriscam teus pontos, ofegantes pernas, tua boca, ponto e vírgulas, as pontas

1 commento:

Anonimo ha detto...

Rios, sobretudo rios
talvez mares depois
desinstalados desmarginados
insubordinados molhados
sem eixos nem coordenadas
só cachos e fronhas inchadas
quero arrancar esse oceano com os dentes
invado-rio Granada