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mercoledì 30 aprile 2014

"água”, “terra”, “fogo” e “ar”

Engano acreditar nas palavras.
Elas não querem dizer o que dizem,
mantra não tem gramática,
só tem chave de fenda
e nem sempre abre.

Não morra por uma palavra,
ela é areia que voa e vai parar em outro castelo;
não morra pelo significado de uma palavra,
ele é gota d’água que escorre e vai parar em outro rio;
não morra pelo que você falou com uma palavra,
isto é labareda que corre e queima outro bosque;
não morra pela música que se solta das palavras,
o som é vento que sai da garganta e voa por nuvens.

Nada segura nada
sozinho.
Palavras são mãos abertas
sozinhas.
Minhas palavras são solidão.
Um vento que sopra sobre si mesmo,
um fogo que se derrete,
uma água que se arrasta de correnteza,
um grão de areia que vira pó.

Palavras são verbos, pronomes, preposições
- pode até ser que elas sirvam para fingir -
mas não são substantivos.
Já que são insubstanciais.
E tratam só das transitórias coisas
da boca pra fora.


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