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giovedì 12 ottobre 2017

Manifesto das partículas soltas

Sou uma partícula de excesso solta, logo nem tenho cabimento

Esta é minha experiência: Eu sinto a chibata e tenho que encontrar os grilhões.

Diz o Drummond: << Preso à minha classe e a algumas roupas, Vou de branco pela rua cinzenta. Melancolias, mercadorias espreitam-me. Devo seguir até o enjôo? Posso, sem armas, revoltar-me'? Olhos sujos no relógio da torre: Não, o tempo não chegou de completa justiça. [...] O sol consola os doentes e não os renova. As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase. >>

Então são as minhas roupas
que me colocam
entre as coisas
na Europa Conceptual (SS)
em um filo de coisas que são pessoas que tem o carimbo da SS e que no
organograma estratosférico da SS come bichos e cria crianças e no
dispositivo panorâmico da SS é uma roldana que gira no meio das bactérias no
meio dos tratores eficientes da SS que tratam a terra como fábrica no
chão para preservar os bichos da SS gordos e bem-nutridos no
pasto que é o depósito do supermercado em expansão da SS no
meio das multidões carimbadas da SS que querem sacrificar seus excessos no
altar de uma ordem milimetrada que a SS sonha e que eu não quero. No
filo das coisas que são pessoas estou preso a uma classe cúmplice no
seu estômago catequisado pela SS e que não come cru, requenta o bicho no
fogo controlado da SS. Estou preso às minhas roupas já que no
centro do poder colonial equipadíssimo da SS me impedem de ficar nu.

É claro que essa proibição da nudez - e esse medo da nudez -
faz Eros ver o sol nascer quadrado. Aquela inveja do colonizador vestido
diante do índio nu. A inveja - ou foi a cobiça? - fez com que ele
odiasse o índio nu, quisesse ser diferente dele, acusasse quem não veste
de atentado ao pudor e fechasse o museu.

Do ponto de vista da partícula solta, somos a caça.




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