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giovedì 5 maggio 2016

As duas mortes (abstrato do ato)


Qual é o nome do projeto político anunciado pelo diagnóstico de Heidegger que encontra no Lager verenden mas não sterben? Trata-se decerto da matabilidade - mas essa noção mesma pode ser ampla o suficiente para estender a dicotomia a dois corpos e, assim, a duas experiências corporais já que o corpo é aquilo que é matável. E assim se encontram duas mortes: a morte pessoal, política, extensão ou término da vida de um corpo com suas experiências e a morte médica, desprovida de qualquer conteúdo para além da impessoalidade de uma condição, de um agenciamento patológico. No segundo caso, a morte fica dissociada de toda experiência corporal da vida - e empurrada em direção a uma experiência orgânica, organísmica, organizacional da vida. É essa segunda morte, que a torna irrelevante à vida (Antigamente é que se morria... diz um verso do Leminski), que parece estar associada a uma sociedade de controle, ou a uma sociedade do cansaço. Precisamente porque a contraposição entre vida e morte se torna a-política, irrelevante à disputa entre as formas de vida, é que entramos em um regime biopolítico em que apenas importa quem está vivo - todo o resto fica apenas medicamente desaparecido. E é talvez por isso que o golpe de estado já não tenha mais a forma militar onde são engajadas a ameaça da morte (heróica). O golpe passa a querer usar a forma da lei estabelecida - e assim quer usar a lei para ser fora da lei.

Este ato vai procurar investigar algumas dessas consequências (para a vida política) da instituição de uma morte inócua.

1 commento:

Laura Virgínia ha detto...

Será uma matança das leis e do direito??