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giovedì 26 maggio 2016

A ars poética do comecinho

As pedras, as folhas, todas as coisas jazem no chão
- que caralho jazem?
Já os pós, as folhas, todas as coisas voam no céu
- que boceta voam?
Na sala fechada da noite
com a lâmpada estromboscópica intermitente
os que vieram a ser homens,
os que voltaram de ser mulheres
dançam, dançam, dançam.
Ali na esquina, com umas luzes de neon,
com um leão de chácara que guarda a porta
- que merda guarda?

Dando voltas em torno da esquina da boate
não procuro as palavras
fico com as que já estão aqui
para serem ditas - que coisa dizem?
Talvez não procurar seja ser procurado.
Fecho e abro uma portinha de plástico
no parque de plástico; nem procurar
e nem ser procurado.

Sem as palavras procuradas, as piruetas
solitárias,
há só os nexos inexoráveis?
Ainda não é noite e nem a manhã começou.
Mas vejo um vagalume sem mágoa.


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