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venerdì 22 aprile 2016

Trechos de uma Haggadah da Hospitalidade

Em um trecho do início do último livro de Jabès, "O Livro da Hospitalidade", de 1991, ele fala sobre o conflito na palestina em uma tonalidade que me interessa. Ele começa dizendo que anti-semitismo hoje signiica: acreditar que os judeus de todo mundo devem defender israel aconteça o que acontecer. E ele prossegue: o que significa dizer "aconteça o que acontecer"? Esta expressão mesma pauta toda a sua relação com Israel (e isso no início dos ano 90) e com respeito a tudo o que ocorre e que beira o intolerável. E ele se posiciona através de uma inquietude e de uma convicção: jamais uma ferida vai curar uma ferida. E ele adiciona: sei que esta palavra é frágil e que não se apoia senão sobre ela mesma. E seguem duas vozes, como as duas vozes judaicas dos encontros do Klein e do Gross Jude de Paul Celan:
Subscrever, em princípio, a política do governo do momento no estado hebreu não é reduzir, a cada vez, a imagem do país à política do momento?
E se eu penso, no meu foro íntimo, que esta política é detestável, perigosa, nefasta para este mesmo estado, devo me calar?
Me calar em nome do que?
Me calar seria de uma certa maneira aprovar, coadunar, pelo meu silêncio, com aquilo que me agride e me revolta; com o que, além do mais, é o que eu denuncio e condeno alhures.
E seria uma traição.
Uma palavra solitária não diz, em princípio, da solidão na qual ela se debate.
Mas se esta palavra é aquela que salva, palavra íntima de dor e de razão, palavra de apelo? Este apelo, privado de ecos, se ajunta àquele dos militantes lúcidos, agrupados em torno de duas palavras solares: Justiça e Paz.
Duas palavras, dependentes uma da outra, como dois batentes de uma mesma porta. Possam Israelenses e Palestinos, juntos, abrir largamente essa porta para deixar entrar o dia.
Simplifique o discurso
Limite-se ao essencial
A força é ilusão perigosa. Esquecer isso é recusar-se a olhar a realidade de frente.
A que realidade faço alusão? Àquela que dilacera um país sem esperança mas que para sobreviver precisa continuar a ter esperança.
[…]
A chance de todo diálogo está no diálogo mesmo.

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