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domenica 2 agosto 2015

Confissão sem lugar

Eu, eu mesmo, aquele que nasceu comigo,
não encontra um lugar de repouso entre as pessoas.
É redemoinho, nadando com esforço de sobrevivência
de um recife para outro, de uma beirada para outra,
onde está a chaminé, a varanda na soleira?
Sempre gostei dos estrangeiros,
que me ensinavam que eu não era de onde eu era,
que nem eu vinha de onde eu vinha.
Ali de onde o desalojado vem, não vem ninguém.
Sempre gostei dos desabrigados,
os que sentem a nostalgia de um abrigo,
de um país, de um lugar.
Gostava daquela nostalgia porque as coisas
na nostalgia ficam próximas
mas não podemos tocar.
Os países distantes são os que moro
porque são distantes - e eu não encontro.
Corro de um braço a outro,
de uma voz a outra,
e todas as vozes me expulsam
e todos os braços me exiliam.
Não paro de ir sem descanso de uma margem à outra -
não acho a margem.

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