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domenica 8 giugno 2014

Amistosidade e Cólera

Deborah veio a Paris grávida dos suas duas filhas,
Timidez e Terror.
Uma cesta de frutas secas, dinheiro para o pão, um amigo viciado
em Belleville.
Ele levou Deborah, num domingo de sol, para ver de perto
a casa onde morou Jodorowski e a praça onde tocou Karkowski.
Era o dia feriado.
E as casas estavam fechadas, as praças trancadas.
Os parisienses descansavam
com suas mães mortas,
com seus corações feridos,
com seu esgotamento sempre parcial.
Os dois encontraram uma sombra
onde Deborah podia repousar seus quartos,
cansados da caminhada.

Deborah leu no tronco das árvores dois mantras,
Amistosidade e Cólera.
Quando nos enfurecemos, predicava o pastor em língua coreana,
começamos alguma coisa nova.
Garganta arrebentada, ossos exauridos, voz mesmo sem palavras.
As pessoas cansadas, elas sim,
tinham o coração aberto às primazias e aos intrusos.
Deborah sentiu seus pés trincarem.
Queria sorrir todo o dia, mesmo que fizesse sol,
mesmo que fizesse ansiedade.
Ela teria que perder as horas já que suas duas filhas
não iam nascer com relógio de pulso.






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