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sabato 21 settembre 2013

Rala estância

Para Luciana Ferreira

Olho embaixo das ânsias frenéticas,
das pressas e também das tectônicas vagarosas
dos deslocamentos imperceptíveis,
debaixo das rugas e de suas pitonisas,
debaixo dos músculos dos obeliscos
e encontro: umas ralidades.
Me dizem que é monstruosa a pele sem carne,
a aparência com nada por trás,
não com um outro por trás
não com um mesmo por trás
- mais nada a evidenciar.
É flor de plástico plantada na floresta
e sépalas, e caule, e viço.
Tomo um fôlego ouvindo um estorninho de barriga preta,
ele peleja.
Tomo meu fôlego com a cabeça nos monstros
cheios de sombras que não parecem ser coisa alguma,
só assombrações nos condomínios do ser.
Eles se mexem, se espraiam, se espalham,
podem ficar impercebidos
como quem dexiste, como quem vive em um ninho
de arrepios, de capinzais e de lutos.
Eles sussurram o que eu não compreendo.
Nada, nada, nada mais. Não fazem enganos,
nem labirintos, nem substâncias.
Ébria estância. Nadando sob olhos horríveis
sem pés, sem pontas, sem parapeitos.



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