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lunedì 11 febbraio 2013

um endereço

Caixas, caixas, caixas de humores empacotados
todas assombradas
mais aterradoras que os lençóis brancos
Volto a casa da minha adolescência
que era a casa dos meus espíritos hesitantes
e dos fantasmas que dividia com meus pais
acho que vim fazer uma visita
com minha nova mala e minha nova cuia

Cheiro o bolor
dos velhos animais sem nome
trouxe comigo uma fauna toda outra, dos que andaram predando
meus últimos anos
uma disputa de contaminações, de infecções, de enteléquias
cada uma achando nichos dentro das outras
nas margens das outras
nos restos das outras,
flui em mim uma parca gosma cheia de cores pálidas,
uma parada que fede mistura
(e tudo o que fede é fede a muitas paradas)
levanto minha espada e desafio a ferrugem,
as paredes ruídas, os ventos encanados, os bons costumes
da casa.

O obscuro precursor, o obscuro -
ando com uma faca de degola na mão
abro as caixas com torpor e pressa
as teias de aranha empacotam meus olhos
elas são mais rápidas e mais lentas e já
não vejo o palmo na minha frente
só vejo as léguas pelas minhas costas,
sonâmbulo, ponho ovos, cuspo na água fria
dou berros no banho
os vizinhos acertam os ponteiros dos relógios -
me dizem que também aqui há uma população de pazes,
mas elas amam esconder-se.





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