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lunedì 4 febbraio 2013

Tormenta Galáctica Azul


Dia de Iemanjá, 2 de fevereiro, ontem – dia azul.
Fomos comprar velas para a Verenilde
acender quando a tecelã do rio celestial
tecesse a hora de abrir os portais dos mares.
Azul é a cor do manto das águas
(laranja a cor do manto das abundâncias).
A galáxia – da cor do azul em que todas as coisas se explicam:
cabelo em carne, carne em vendaval.
Compramos uma vela mais gorda com a cor de Oxum,
já que tenho um rio que dá nas ondas que quebram na areia.
Azúis. A hora azul é a hora em que os barulhos da noite apagam
e os barulhos do dia ainda não acendem. É uma hora
antiquíssima, mas é uma hora que escapa dos minutos.

Nós, azuis.
Contas azuis no pescoço, ouvindo os nomes
dos anjos celestiais, dos anjos selenitas, dos anjos espaciais.
Lelahael, Aniel, Menudael, Haiaiel, Yehahel, Nunael, Onuel.
O grande azul da galáxia em uma vela, a vela em minha mão.
A Verenilde não veio acender as velas.
Tentei acender a vela ao lado das velas brancas sobre as pedras,
tentei encontrar um lugar para ela na calçada que vai para o breu
tentei pô-la de pé ao lado de uma cruz de velas,
Ela resistiu. Não combinava, não acendia, não se atava ao chão.
A vela azul hesitava. O mar não cabe na vela acesa?
Consegui força-la na parte mais lisa do chão.
Seu pavio voava para fugir da chama. Por fim, ela ardeu.
E passei para a para a próxima Iemanjá,
Azul de cristal selenita, a outra vela era decidida e
me fez procurar alguma água, alguma gota, algum olho,
achei uma poça e lá ela ficou. Mas já não tinha como acendê-la.
Tive que tirar a primeira vela de Iemanjá, que muito relutou
em ficar acesa no chão de onde ela estava e leva-la à poça
pra acender a outra vela. Velas acendem velas.
Chama azul. E a primeira Iemanjá, a relutante, acendeu a segunda,
a firme. Azuis. Industriais, iguais, a aflita na mão direita, flamejando,
a convicta na água esquerda, fixa.
Azuis. Como o céu não é. As vezes são as unhas que mais amo.

E Iemanjá relutante continuava na minha mão, acesa, sem querer
sair de perto da água da poça, pus ela na água, ela não ficou
sequei ela na chama, e o fogo subiu – um miasma entre a rainha do mar
que firma, e a rainha do mar que ondula.
Fogo, fagulhas, labaredas no dia das águas.
Dybbuk? A gota e a fagulha estão habituadas a triscar
e deixar marcas no chão. Cocriam. Comparsas.
Há rins que guardam oceanos, mares que preparam incêndios.
A chuva. Quando ela começou a armar na madrugada
fui ver os pés de fogo azuis e laranja entrelaçados,
a Iemanjá dos aflitos que coloquei de volta no chão liso
se apagou já com a fumaça da chuva.
A Iemanjá dos navegantes ardia até o pavio,
já dentro da poça. Esperei a vela se apagar
dentro da água. Se a chuva vier,
vai encontrar uma vela de abundância
acesa.

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