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domenica 4 dicembre 2011

Manda matéria

para Carol Barreiro e suadasequelas.blogspot.com


Minhas taras são volúveis,
mais rápidas que o movimento da carne
Minhas armas de guerra
são mais rápidas que o movimento das balas
Quero, quero, quero, já não quero
o exílio taciturno das minhas vontades
na costa de um positron, ou na crina de um quark
me deixaram assim ligeiro e microbiótico
é que quando a guerra é total ela parece paz
quando cada molécula de água borbulha a água fica parada
minha massa crítica epidérmica é um longo rio escorrendo

Para as mulheres, sou vadia
para os homens, sapatão
e a parafina do teu sémem
proclama a extinção de toda eminência
se não for essa matéria anônima
lustrosa e desavisada que te domina
proclamo eu, com meus hormônios saídos da órbita
vai, vai, vai ser inflamada por um conto de fadas
vai levar o corpo seduzido para dentro de uma alcova
secreta e vergonhosa a matéria ardendo
nos tomando pela mão,
pelo cu, pelas beiradas
- esconde de todo mundo que tu é carne
e põe tua carne na sapatilha.

Eu sou o instrumento da tua voragem,
eu te seduzo em público, te envergonho,
te ilumino por trás da peneira
gosto da insensata imensidão
tu doa
tu doa de ti o mais embrulhoso
engasgo, arroto, catarro
ato falho podre e preso
entre nossos ossos longos
fora da tua alçada

Anda pelo pavimento, menino
anda, encolhe, escolhe a via pública
com menos buraco - tua tarefa é desritmada
é de sonâmbulo, é de matança e é de amanhecer
eu sou a lenta acrobata de todos os poros
que já quebrou os próprios joelhos.

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