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domenica 14 dicembre 2008

Considere-se insubordinável

Nem sei se isso já apareceu no blog, mas ele recorre.
Talvez na época em que eu falei tanto de mim, quando era época de carnaval.
Mas recorre:

Afobado

Tenho sonhos de grandeza, mas só com a luz acesa.

Mas não sou só isto.

Quero descobrir a origem da noumenologia fazendo nomadologia.

Mas não sou só isto.

Sou talvez de Oxum, talvez de Ogum, de qualquer um.

Mas não sou só isto.

Ando com muito privilégio e tenho vergonha desde o colégio.

Mas não sou só isto.

Tenho culpas mansinhas e um bem-estar folhas-voando-sozinhas.

Mas não sou só isto.

Tenho diploma de amador, mas não consigo cuidar de muita flor.

Mas não sou só isto.

Meu sol fica na casa nove e, apesar disso, é meu corpo que se move.

Mas não sou só isto.

Me pagam para achar buracos estreitos que moram entre os conceitos.

Mas não sou só isto.

Ando com uma perna torta, prefiro pisar a pedra, não joaninha morta.

Mas não sou só isto.

Gosto de cozinhar sem receita, espero e no tempero tudo se ajeita.

Mas não sou só isto.

Nasci brasileiro, mas discretamente prefiro ser um pouco estrangeiro.

Mas não sou só isto.

Não sei o que dizem minhas identidades, mas elas não falam verdades.

Mas não sou só isto.

Gosto de ficar comendo arroz, e tentar só pensar no porquê depois

Mas não sou só isto.

Penso umas idéias atéias, talvez causem minhas diarréias

Mas não sou só isto.

Quero tudo diferente, não tenho agulhas, nem cadeado, nem pente

Mas não sou só isto

Fujo de todos os perigos, mas corro para os perigos mais antigos.

Mas não sou só isto.

Às vezes me acho sem credenciais, sei que com ou sem elas tanto faz

Mas não sou só isto.

Quero ser o contrário disso; contrário descomprometido e insubmisso.

Mas não sou só isto

Sou até a borboleta azul que viu o rio cair da montanha.

1 commento:

Retalhos ha detto...

ola
adorei a poesia;
PARABENS
SUELY