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venerdì 14 novembre 2008

XXI Maldito, Gozozo e Devoto de Hilda Hilst

Não te machuque a minha ausência, meu Deus
Quando eu não mais estiver na Terra
Onde agora canto amor e heresia
Outros hão ferir e amar
Teu coração e corpo. Tuas bifrontes
Valias, mandarim e ovelha, soberba e timidez.

Não temas.
Meus pares e outros homens
Te farão viver dessas duas voragens:
Matança e amanhecer, sangue e poesia.

Chora por mim. Pela poeira que fui
Serei, e sou agora. Pelo esquecimento
Que virá de ti e dos amigos.
Pelas palavras que te deram vida
E agora me dão morte. Punhal, cegueira.

Sorri, meu Deus, por mim. De cedro
De mil abelhas tu és. Cavalo d'água
Rondando o ego. Sorri. Te amei sonâmbula
Exdruxula, mas te amei inteira.

1 commento:

Anonimo ha detto...

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