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venerdì 31 ottobre 2008

Aquela pinga antiqüissima e idêntica

el horizonte/ borde espurio e flaco

frontera del futuro/ nada en cierne

es un enigma manso/ tan hipócrita

que no asume su rango en el espacio

el horizonte es filo inofensivo

y sin embargo hiere desde lejos

Mario Benedetti, “Más acá del horizonte”

palavras são disfarces de coisas

que fazem coisas disfarces de palavras.

vai minha boca, toca as curvas do planeta redondo, faz-lhe cócegas

os horizontes são as esquinas do mundo

onde as coisas, disfarçadas, vão ao bar

onde se encontram todas as noites para ficarem bêbadas.

venerdì 24 ottobre 2008

Arqueologia do Plástico - alguns textos

A exposição está no subsolo do Espaço Piloto, no Aquário das Cénicas,
UnB. Abriu hoje. Teve gelatina de
plastilídeos e muitas fotos que, quem sabe, ainda vão
parar no Buca L'Umbrello:

ARQUEOLOGIA
DO PLÀSTICO
giselcarricondewaleskareuterhilanbensusan
 
A civilização da Idade do Plástico, chamada de período polimeritico,
se extinguiu há muitos anos. Sobraram apenas escombros, restos
deste material de textura peculiar, quase no limite entre o que a mão
toca e o que a mão está prestes a tocar. Esta exposição traz um
pequeno fragmento, encontrado em escavações arqueológicas, do que
sobrou dessa Era assombrosa e ainda muito desconhecida – sabe-se
quase
apenas que as populações da Era do Plástico procuravam
plastificar
quase tudo que tocavam.
E tudo virou plástico...

A plastificação do mundoque começou pelas superfícies –
parece ter sido uma coqueluche se bem que tenha ocorrido
de forma gradual ao longo da Idade do Plástico. A
omnipresença do plástico pode ser comprovada nos textos
da época: escrevia-se muitas vezes que a imaginação era
plástica
, que a memória era plástica e mesmos os sentidos
eram plásticos. Tudo o que tinha aquela boa qualidade da
flexibilidade sem pudores era chamada de plástico. Mesmo as artes
visuais eram chamadas de plásticas.
Os profetas do plástico 
O belga Leo Beakeland, santificou a baquelita, primeiro plástico 
inteiramente
sobrenaturaltotalmente sintético.A baquelita era o
primeiro polímero que não precisava da natureza, apenas do élan vital
invisível
e multiforme que não deixava marcas em parte alguma fora do
lixo
. Beakeland – plastificado seja o seu nome – abriu caminho para
o nylon, para que as fibras sintéticas estivessem sempre coladas
ao corpo. A baquelita tornou possível um outro mundo, um mundo
dentro
do mundo, em que tudo é menos perecível, menos biológico.

De Smet – que grandes sacos plásticos guardem sua glória
desenvolveu uma geração de bactérias para produzir plástico. Elas
se tornaram plastificadoras biológicas permanentes e graças a elas
que
alguns textos chamam de Bicho-Pitanguy – as pessoas não mais
envelheciam, eram plastificadas. O plástico, se sabia desde a aurora
do polimerítico, no séc. XX, era a fonte da eterna juventude.
Religião no Polimerítico

Na Era do Plástico as pessoas não tocavam em quase nada sem
tocar
também no plástico. Esse material deu forma à sensibilidade
humana
na época. Acredita-se que havia superstições e crendices
associadas aos polímeros. Há quem defenda que a religião da época
girava em torno de totens desse material – é possível que
o plástico tenha sido um símbolo da modernidade dessas populações,
que consideravam o que não era plástico
primitivo
e antiquado.
Alguns textos parecem sugerir que havia algo como uma entidade
cultuada, e que recebia sacrifícios - um titã que tinha ouvidos nas
Arábias
, poros pelas estepes russas, furúnculos pelos mares e até
um ânus no Caribe. Era um titã exigente, pelo qual se faziam guerras
e se faziam pazes. As populações do polimerítico o denominavam
Petróleo
. Os templos do titã, onde as máquinas bebiam de sua água
benta, a Gasolina, se espalhavam por quase todo o planeta. O plástico,
o excremento do titã, ocupava cada vez mais os sentidos.
Promessas de imortalidade
O plástico possibilitava uma versão imortal de qualquer coisa – algo
que não vira , que não é comido pelos vermes. O Titã prometia a
imortalidade, não para as nossas almas, mas para utensílios, vasilhames,
engenhocas e enxertos. O plástico parecia uma nova natureza; tomava
conta dos mares, dos continentes, da fauna e da flora: o plástico tinha
uma vida útil curta e uma morte longa. Em média era utilizado por 12
minutos e sobreviviam por centenas de anos. Havia seis vezes mais
plástico
do que plânctons.
Perspectivas apocalípticas

Sabe-se também de apocalípticos como Norman Mailer que pregava:
nossa ruína será a plastificação das máquinas, dos utensílios, e dos
gestos. Muitas investigações historiográficas concentram-se em
comparar
suas predições com o que sabemos atualmente sobre o
desfecho da Era do Plástico. Encontramos em Mailer a denúncia de
sua época
: plastificar é raptar as coisas do alcance dos nossos sentidos
o plástico é uma bolha que não pode ser sentida ao redor de tudo.
Ou seja, a arma perfeita do diabo: amortece, anestesia, dopa, e faz dormir
os sentidos. O plástico é o inimigo do cheiro forte, do gosto marcado,
da impressão de que as coisas estão acontecendo – ele é o inverso
do arrebatamento. A Idade do Plástico é a idade dos sentidos sonâmbulos,
dos dedos zumbis, dos narizes descapacitados, das peles que se
tornaram artefatos funcionais que sentem o mundo como se estivessem
em uma linha de produção. Até onde as pessoas seriam capazes de ir
para recuperar a intensidade dos sentidos?

Alguns objetos
Cubo
Este objeto é a caixa preta da Idade do Plástico. Parece que desde os primórdios da Idade, Willys de Castro já antecipava esse modelito. Mas, o que era? Pura arte? Uma ratoeira para os pequenos animais plastificados? Peça de museu que servia de ratoeira depois que os visitantes saiam? Ratoeira que virou peça de museu?

Porta-trecos
A civilização hiperplástica abstraiu também seus artistas clássicos. Essa peça foi apelidada pelos arqueólogos de “duchamplástico”. Ela foi encontrada em uma enorme sala cheia de bidês e penicos – cobrindo tubulações de PVC – que, acredita-se, era um museu de arte.


Santuário
A religião da Era do Plástico parecia cultuar qualquer objeto, animal ou espírito feito de plástico. Este santuário, encontrado dentro de um enorme saco plástico preto boiando no Pacífico, parece ter sido objeto de adoração nômade, em que muitos pequenos animais eram levados de continente em continente.

Lanche
Esta peça foi encontrada próximo a uma cadeia de lanchonetes que funcionava como os antigos sistemas de drive-tru. Acredita-se que este bolo plástico ia com suas próprias rodas em direção ao freguês que se alimentava sem sair de onde estava. Seguramente, o tamanho da porção se deve a que a matéria plástica alimenta muito pouco.

Órgãos
Nos corpos encontrados de pessoas da Era do Plástico tardia (séculos XXI-XXIII) – também chamada de civilização hiperplástica - encontraram-se órgãos plásticos em excelente estado de preservação – entre eles cérebros e corações. O que eram os órgãos das populações polimeríticas? Alguns deles pareciam ser pouco mais do que itens de guarda-roupa.

Mão
Acredita-se que essa era a mão que uma artista plástica usava para esculpir em resina ou silicone reproduções da sua própria mão. Artistas polimeríticas usavam diferentes mãos, diferentes peles, diferentes pontas dos dedos – trocavam de demão como se troca de avental.

Tótem
As cadeiras dos bares, dos refeitórios, dos jardins de infância eram puro plástico. Elas não duravam muito. Esta peça, escavada ao lado do que se acredita ser uma creche polimerítica bem pode ser um totem ou um simples entulho. A arqueologia do polimerítico raramente consegue saber o que, no meio dos montes de plásticos, é mais do que lixo.

Busto com pássaro
Na Idade do Plástico as pessoas e os animais se misturaram. O plástico não conhece limites entre espécies, gêneros, reinos ou filos. Ele transborda, faz bolhas, fica abstrato. Quando as células, os tecidos, as veias e as articulações são de silicone, resina ou borracha sintética, quem se importa com as vicissitudes da taxonomia animal?

giovedì 23 ottobre 2008

Um poema de Fernanda Frade

sentava na ponta da tarde
num dia de espremer
a dor na pele planta

calcei a cidade
à procura de pele enredo
e encontrei um homem panda
en cunho criativo de livro vivo

Vendi meus espinhos e sorri
com a normalidade do espírito
as páginas de encanto

Misturamos balões
e por fim nos condensamos
num poema em branco.

martedì 14 ottobre 2008

Bastaria a natureza um javali devorado na África?

Este poema foi pro comunista com uma estrofe faltando. Depois virou performance pré-flor de insensatez n'"A arte supranatural dos jardins" de Gisel Carriconde Azevedo. E, em nostalgia daquelas noites de outubro três anos atrás (nunca choveu), que ele aparece aqui completo:

1. Sim

A natureza, com seu porrete de condão,

rege teus atos, quer aceites ou não.

De nada vale fugires dos campos baldios,

encerrar-te sozinho em quartos vazios,

ou cercar-te de asfalto, metal e cimento.

Ela adentra sempre onde entra o vento.


A natureza, com suas lettres de cachet,

está em teus ossos, fezes, pois tudo vê.

As dores árduas ela inventa e cura

e deita com teu corpo junto à sepultura.

Chama os vermes audazes que fazem mofo.

Destrói o que fez, espera e faz de novo.


A natureza, que governa por decreto,

tem caprichos, birras e desígnio secreto.

Quer todas as coisas ao alcance das garras;

as quer títeres, lacaias ou escravas.

Carregando pedras, no ombro ou na cabeça;

para que ela deleite, se enoje ou se aborreça.


A natureza, indômita soberana cruel,

mostra-nos verdes largos, frutas e mel.

Feitos de sangue, cadáveres e destroços;

penas macias cobrindo secos ossos.

Ar, luzes, brancas garças - só brutalidade

Em tudo, paciente, ela guarda temeridade.


A natureza, ditadora caprichosa,

cria meios sem fins, como a pétala na rosa.

Pequena folha sinuosa que murcha ou voa

aparece, balança, fenece, sempre à toa.

Nem sabe, a astuciosa, o que persegue

por toda porção de pó a ela entregue


A natureza, rude patroa intolerante,

distribui fins sem meios. O animal errante,

perdido entre bestas a comer-lhe a carcaça,

ela enche da fome que entrega-o a quem passa.

Mata a mordidas frias, sangra e rói

E alimenta quem destrói o que destrói.


A natureza é assassina indolente.

Arranca-te os dias da mão noturnamente.

Despeja sobre ti novos dias que não queres,

e neles te afoga um dia, um dia reles.

Pois ela, a gananciosa proprietária,

aluga-te horas e as retoma de forma sumária.


A natureza, despótica majestade,

jamais consulta, receia ou tem piedade.

Os sonhos grandes mata sempre de um só golpe,

ou estraçalha sob pretas patas no galope

de outros sonhos, ralos, fracos, subordinados,

pequenos pesadelos, pelos ventos espalhados.


A natureza, intocável, mas sempre tirana,

não explica o que faz, se repete, sempre insana.

Governa com leis frígidas e estrangeiras

que esmagam a cada dia criaturas inteiras.

Surda autoridade, seus dentes não falam: mordem.

Em silêncio, ela esconde caos atrás da ordem.


A natureza invade, ocupa, espalha o terror.

Não aceita argumento, arranca o caule e a flor.

É agente secreto em teus foros mais íntimos;

massacra tuas certezas, teus desejos ínfimos.

Encurrala o que sentes e nas pedras o mar.

Dita o que pensas e quando paras de pensar.


A natureza, que vem em hordas visigodas,

amordaça no tempo tuas pretensões, todas.

Derrete os continentes, seca as cachoeiras,

entope-te de vontades ainda que não queiras.

Enruga a tua pele, desbota todas as tuas idéias.

Derrete todas as almas, as crentes e as atéias.


A natureza, feita de leis sem justiça,

tortura seus súditos enquanto seduz, atiça.

Faz achares belo o que é a tua calamidade,

cobre os ossos de relva, o horror de tranqüilidade,

emprega carrascos feitos de horas e metros

e ordena-lhes que enfeitem de flores os féretros.


A natureza que age de olhos fechados,

trucida os ossos dos animais assassinados.

Enlaça as certezas puras nos teus instintos

e cada dia enfia a tua esperança em labirintos.

Escraviza-te com desejos que são só dela

e arranja que sua verde mandíbula aches bela.


A natureza, Richelieu feita de fruta doce,

inventa o que foi e o que foi faz que não fosse.

Amarra boas razões em nós de fomes e sedes.

Onde não atentas ela tece largas redes.

Põe em teus gens ingredientes incongruentes,

e larga-te em um planeta ao lado dos teus parentes.


A natureza, uma caudilha inatingível,

governa o necessário, legisla o possível.

Despedaça as horas grandes em minutos

e as enterra para que dêem carne seus frutos.

Todo o ar que respiras está dela enpesteado,

fede seu odor, exala seu cátaro machado.


A natureza, que nunca faz inquérito,

pune todas as coisas com culpa ou mérito.

Arrebenta as amarras que antes erigira,

amassa, massacra, sem que ninguém interfira,

resseca as folhas, os córregos e a vida.

Dona da lei, fica solta, nunca é punida.

2. Não



A natureza, tua morada, tua pele,

não deixa que fervas, tua mão congele.

Oferece de toda cor muitos matizes,

e dá-te remanso, mesmo que não precises.

Não cobra pelo tempo, pelo ar ou pelo vento

que sossegam em teu corpo todo lamento.


A natureza, teu sustento generoso,

faz teus ossos firmes, nariz curioso.

Descansa teus pensamentos, acuados,

e de teus desesperos faz dias passados.

Sempre tem recantos para teus refúgios,

e admite por muitos anos teus subterfúgios.


A natureza, que encontra meios diferentes,

faz paisagens novas para toda gente,

inventa embrulhos de genes todos os dias

e a todos concede algumas regalias.

A natureza é vento e água e fogo

e deixa que tudo dure um pouco.


A natureza, que consola o que desola

permite que a pises sempre com tua sola.

Mesmo em tuas gaiolas, ela floresce

e se queres que faça, ela obedece

- deixa que praguejes contra seus frutos

e dá tinta pros teus muitos estatutos.


A natureza, que não pede só concede

é tua matéria prima, teu corpo, tua sede.

É matéria-mãe, tia, netos e sobrinhos

e para cada vez que não encontras teus ninhos,

ela faz uma fruta ou erva espasmódica

e para teus humores dá a tabela periódica.


A natureza, de que é feito todo cuidado

enche o planeta de vale, monte, prado;

faz o vento pôr fogo de vez em quando

para que não te apegues ao teu mando.

A natureza, que nunca te abandona,

não te esquece, é pastora, nunca é dona.


A natureza, alheia a teus mal-tratos

aceita que digas que é dela os teus fatos,

decora tua injustiça e tua indiferença

e te mantém por anos longe da doença;

ela empresta-te tudo sem cartório

o ar para que vivas e o jasmim, o acessório.


A natureza, que pressente o que não sentes

deixa que te enganes, sabe que mentes

tolera tuas ordens e tuas conjecturas

deixa-te com tuas amarras pela alturas,

onde voas com tuas asas ela segura

quando vais ao chão e a insultas, ela atura.


A natureza, dedicada à filantropia,

te enfeita, te distrai e te faz companhia

é casa sem portas, sem trincos, sem muros

sem garantias e nem hipotecas, nem juros.

Põe-te a morar na sacada de uma janela

sempre aberta. E fica sendo tua sentinela.


A natureza, kalakuta universal

resiste e invade qualquer poder colonial

não te impõe fronteiras nem mandamentos

deixa que penses livre e que nos teus aposentos,

que tenha sonhos de histórias que duram milênios

ela te dá o tempo, e oferece oxigênios.


A natureza, fada madrinha de prontidão

tem horror ao vácuo, nada deixa em vão

te descansa, te enxágua, te purifica

em forma de melão, noz ou mixirica

sopra em teu corpo núvens de segundos

que às vezes erguem para ti dias fecundos.


A natureza, cenário de quase tudo

ao teu lado é sempre forma ou conteúdo

nunca abandona ou esquece qualquer pessoa

te acompanha quando te ocupas ou estás à toa

deixa a cabeça pensar e lhe dá uma órbita

e tempo a varrer qualquer angústia mórbida.


A natureza, que sabe de teus segredos,

está no sangue e no alcance dos teus dedos,

controla os relógios, reúne as distâncias,

espalha as espécies e reparte as ignorâncias.

A natureza nunca deixa nada estrangeira,

traz ventos íntimos até sem eira nem beira.


A natureza, pão, prato, toalha e mesa

solta o predador mas cuida da presa.

Ela não se aborrece, não se irrita

e todo dia brota ou arranja coisa bonita.

Nunca cansa, a natureza, de te dar ar

e quando sofres, dá-te água para chorar.


A natureza, feita de barro de utopia,

inventa alternativas verdes a cada dia,

alheia a tua rotina e surda para as ofensas,

ela espera quieta nos temas que pensas.

Sabe que é todo maior que qualquer parte

e traz para si tudo o que afirma a arte.


A natureza, origem de todo estupor,

faz a ti, teu chão e é teu fio condutor.

Produz possibilidades mesmo que não vejas

e deixa crescer mangas perto das tuas igrejas.

A natureza que nunca te pede a passagem

é também o caminho, o comboio e a viagem.



mercoledì 8 ottobre 2008

catullus 16

Pedicabo ego vos et irrumabo,
Aureli pathice et cinaede Furi,
qui me ex versiculis meis putastis,
quod sunt molliculi, parum pudicum.
Nam castum esse decet pium poetam
ipsum, versiculos nihil necesse est;
qui tum denique habent salem ac leporem,
si sunt molliculi ac parum pudici,
et quod pruriat incitare possunt,
non dico pueris, sed his pilosis
qui duros nequeunt movere lumbos.
Vos, quod milia multa basiorum
legistis, male me marem putatis?
Pedicabo ego vos et irrumabo.

i'm gonna fuck you in the arse and make you suck me
aurelius you pansy furius you fairy
you think my poems are too delicate
you say i'm not quite decent
well maybe a poet has to be chaste
but not his verses
poems with a dash of salt and pepper
are delicate and indecent
my poems make you horny
and i'm not talking about boys
i mean they move the limp members of old men
so you read my many thousand kisses
and say i'm not a real man well
i'm gonna fuck you in the arse and make you suck me

(trans. godariush)


Yo me los voy a culear y voy a hacer que Ustedes me la chupen,
a Vos Aurelio, culo roto
y a vos Furio, que sos una loca bailarina,
Ustedes, que de mis versitos, porque son delicaditos,
opinaron que yo soy un desvergonzado.
Pues, el poeta, él mismo, tiene que ser respetuoso y recatado,
pero no hace falta que lo sean sus versitos;
que finalmente tienen sal y pimienta
si son delicaditos y desvergonzados,
y también que pueden provocar aquello que excita,
-no digo a los jóvenes- sino a esos peludos
que no pueden mover sus pitos.
Ustedes, porque leyeron mis “muchos miles de besos”,
¿me creen menos hombre?
Yo me los voy a culear y voy a hacer que ustedes me la chupen.

(trans. leonor silvestri)


mercoledì 1 ottobre 2008

Teoria Geométrica (Lomas de Zamora)

resumiendo todo
a principios geométricos
basta
una línea
pasando
a través
de un círculo.

agregando
la clásica iconografía
de banquetes griegos y orgías romanas
antiguos chinitos erectos
hindúes en profundos kamasutras
se transforma todo
en imagen
caótica, compleja.

tal vez sea imposible
acceder a la idea de placer
contemplando
tan sólo
un círculo
una línea.

missing fifi (III, IV in Rio?)

um pouco fonético

i blindly bless any bliss

the bliss bends and blends

into blessing

blessings are barely binding