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domenica 9 ottobre 2016

Adiário

...aquela rua com sanduíches de pão e queijo no verão...
um sopro, e eu de galeria em galeria
de loja limpa em loja limpa
vomito.

mort au capital / tiro uma fotografia
não tiro.

quando eu quis deixar de ser humano
me cresceram as turbinas, os sacos plásticos,
os rabos de ratazanas
e se tornaram estranhos os meus cios.

le temps au delà de l'être / como um Prato de falafel
não como.

são tão enormes os desejos...
maiores que os planetas mas sem formas,
sem cor, sem direção. vultos.
ou nem vultos, ecos distorcidos,
descentralizações.
- Veja aqui na sua frente o que você quer.
- Ah, então é isso?
- É bem isso, não é isso que você quer?
- Não sei.
Queria querer dizer assim:
- E se algum dia ninguém me mostrar o que eu quero?
Como vou encontrar o que procurar?
Esses planetas são maiores do que tudo o que eu enxergo,
tudo o que eu penso, tudo o que eu espero.

les animaux veulent sortir de la jungle / acho os congoleses mansos
não acho.

um pé dentro de casa, um pé fora de casa,
estar habitado por um meteoro,
estar sem pé.
veio uma nuvem e me deixou ouriço
virado do avesso; como quando vinha um vento
agora não veio.


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