[Da última parte dos Death Notebooks de Sexton, em transmutação]
Porque eu rezo para que haja um Todo-Poderoso que abençoe esta sucupira preta onde todos mijam.
Porque eu rezo para que haja um Todo-Poderoso que abençoe os dálmatas que pulam como manchas no sol.
Porque eu rezo para que Bia Medeiros, a quem eu não conheço exceto por dizer bom-dia, encontre em mim com boa-vontade um simulacro desengonçado de algum clitóris master (ou infinito).
Porque eu rezo para que as borboletas tão assassinadas quanto John F. Kennedy não reparem que eu não reparo no seu voo messiânico.
Porque eu rezo para que meu hábito de inalar oxigênio não deixe Anaxímenes encabulado.
Porque eu rezo para que uma alegria saia de uma gaveta mal-fechada e consiga espantar as moscas que ficam dando volta em volta do seu nariz.
Porque eu rezo para que meu casaco que me faz coçar encontre repouso no cabide.
Porque eu rezo para que minha filha toque as sementes das frutas com orgulho.
Porque eu rezo para que eu não me torne o carcereiro dos meus desejos.
Porque eu rezo para que meus arquivos não parem de arquivar meus pontos finais e minhas vírgulas.
Porque eu rezo para que Reginaldo Gontijo, que aparece sorrindo na foto, sorria quando ouvir seu nome falado no meio das línguas.
Porque eu rezo para que caiba mais um livro ou dois na estante.
Porque eu rezo para que minha gata entre no paraíso carregando seus olhos.
Porque eu rezo para que eu encontre no bar da 408 a Annarquista de Cristo, o Camier e o Mercier e não o secretário-de-estado-xaxim.
Porque eu rezo para que o par do curioso de óculos redondo e a namorada de macacão jeans de alça caída observe que eu faço par com eles.
Porque eu rezo para que a comida que eu como de corpo e alma me queira gostoso.
Porque eu rezo para que a árvore-monstro da 406 solte a L2 do chão e faça ela levar a bicicletinha do Oziel para o alto-falante.
Porque eu rezo para que sejam abençoadas as esperas, mesmo as sem esperança.
Porque eu rezo para que a noite seja uma picada no mato com um caminho de volta do regato.
Porque eu rezo para que os formulários do ministério da saúde e os mosquitos da dengue encontrem um equilíbrio através de alguma mão invisível, ou pé, ou boca.
Porque eu rezo para que eu não me encolha de medo com o exílio.
Porque eu rezo para que eu não me encolha de medo com o buraco da morte.
Porque eu rezo para que Deus me engula.
Porque eu rezo para que haja um Todo-Poderoso que abençoe esta sucupira preta onde todos mijam.
Porque eu rezo para que haja um Todo-Poderoso que abençoe os dálmatas que pulam como manchas no sol.
Porque eu rezo para que Bia Medeiros, a quem eu não conheço exceto por dizer bom-dia, encontre em mim com boa-vontade um simulacro desengonçado de algum clitóris master (ou infinito).
Porque eu rezo para que as borboletas tão assassinadas quanto John F. Kennedy não reparem que eu não reparo no seu voo messiânico.
Porque eu rezo para que meu hábito de inalar oxigênio não deixe Anaxímenes encabulado.
Porque eu rezo para que uma alegria saia de uma gaveta mal-fechada e consiga espantar as moscas que ficam dando volta em volta do seu nariz.
Porque eu rezo para que meu casaco que me faz coçar encontre repouso no cabide.
Porque eu rezo para que minha filha toque as sementes das frutas com orgulho.
Porque eu rezo para que eu não me torne o carcereiro dos meus desejos.
Porque eu rezo para que meus arquivos não parem de arquivar meus pontos finais e minhas vírgulas.
Porque eu rezo para que Reginaldo Gontijo, que aparece sorrindo na foto, sorria quando ouvir seu nome falado no meio das línguas.
Porque eu rezo para que caiba mais um livro ou dois na estante.
Porque eu rezo para que minha gata entre no paraíso carregando seus olhos.
Porque eu rezo para que eu encontre no bar da 408 a Annarquista de Cristo, o Camier e o Mercier e não o secretário-de-estado-xaxim.
Porque eu rezo para que o par do curioso de óculos redondo e a namorada de macacão jeans de alça caída observe que eu faço par com eles.
Porque eu rezo para que a comida que eu como de corpo e alma me queira gostoso.
Porque eu rezo para que a árvore-monstro da 406 solte a L2 do chão e faça ela levar a bicicletinha do Oziel para o alto-falante.
Porque eu rezo para que sejam abençoadas as esperas, mesmo as sem esperança.
Porque eu rezo para que a noite seja uma picada no mato com um caminho de volta do regato.
Porque eu rezo para que os formulários do ministério da saúde e os mosquitos da dengue encontrem um equilíbrio através de alguma mão invisível, ou pé, ou boca.
Porque eu rezo para que eu não me encolha de medo com o exílio.
Porque eu rezo para que eu não me encolha de medo com o buraco da morte.
Porque eu rezo para que Deus me engula.
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