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giovedì 3 giugno 2010

Mar Branco

Mergulhado na piscina na beira do mato
penso que uma lata de lixo não é nada
é um corpo sem órgãos, mas eu não sei disso
espero duas urgências chegarem
a curva das tuas nádegas de égua impaciente
céu sem núvens
o plano das duas porções de água gelada
chão sem nódoas
- sento embaixo de um toldo com um livro antigo do chinua achebe
termino de ler em um sopetão
embarco para um mar branco
onde o tempo perdeu o rumo
como semente
corro para a casa onde eu te como
cago no mato
naquele dia devia estar pairando sobre mim uma noção apofântica de natureza
minhas pernas acocoravam cheias de adrenalina
querendo fazer uma oração
ao céu e a terra que estavam encharcados de ferormônio.

Agora que cheguei no mar branco
minhas válvulas de escape se movem a todo vapor
dou a descarga
vejo pequenas tirinhas azuis que não parecem relógios
deve ser o passado condensado
minha capacidade de imaginar corpo em minhas mãos
nas minhas mãos como um apêndice da linha da vida
espero, espero
olho para o irrecusável com olhos vadios
e ele parece uma manivela ajustada
dou corda
da mentira escapam verdades, só dela escapa o que se vê do alto da montanha
o jornalista comprou a montanha
eu não quero investir em imóveis na flórida
quero atravessar, sem ser fotografado, a ponte branca.

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