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domenica 14 giugno 2009

Jude

por minha vida tenho sido perseguido por um dedo em riste
que fala que não tenho direitos a não ser que justifique
minha cabeça é mesa cheia de petições negadas, pedidos indeferidos
memórias que deixam meu braço acanhado, curto e triste
instâncias do tribunal de cada músculo, não deixam que ele estique
e o coração, batendo com esporas nas costas, faz só barulhos permitidos.

“convence-me que mereces o que queres ou desista”
fala o júri, martelando veredictos antes de eu me mexer
aprendi a prender o fôlego até que tenha credenciais
meus desejos tomaram a forma de itens de uma lista
trato meus dias futuros como verdugos que vêm me prender
não consigo respirar no oxigênio o que não acaba mais

aprendi que gratuito é só Auschwitz, Monowitz, Birkenau.

algum contentamento e os prazeres só podem ser
esparsos, diluídos, ocasionais e temporários
depois aparece a Inquisição ou depois Auschwitz, Monowitz, Birkenau.
eu precisava esquecer que é possível Auschwitz, Monowitz, Birkenau.

alguém venha e me conte que é possível
um campo de concentração que produza alegrias em medida industrial
delírios casuais, júbilos constantes, injeções de euforia
para milhões de pessoas a cada dia para fazê-las sorrir
(as portas sempre abertas, é claro)
Auschwitz, Monowitz, Birkenau de felicidades maiores
para multidões em frenesi sem entender porque foram escolhidas
para a bonança.

ajude-me, comece a juntar uns tijolos.


obs: Estou tentando escrever isto há mais de dois anos e meio. Mas não chego no ponto em que eu preciso chegar. Alguém comenta?

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