Apenas vergonha desta nacionalidade que eu porto.
Me dão um passaporte, porque alguém de fora
ainda entende que lá dentro há um país.
Quem pode ver ali um país?
Cruzo as fronteiras para torná-las menos grades,
menos de ferro, menos torpes.
E de onde venho só me encabula e
ao mesmo tempo me amordaça.
Contra Brasil.
Sim, contra, com furor.
Se não suporto um país dominado por banqueiros,
uma ditadura da mídia com um judiciário sem justiça,
entregue às corporações globais
e portanto reacionário como o capital em forma pura,
não suporto Brasil.
Não há nada que me apegue a um país
que tolera um golpe sujo como este golpe branco.
Nada mais.
Que vivam os Guaranis, os botos, o Capão Redondo e a Boca do Rio.
E vivam as pedras de Trindade, mesmo que disponíveis à Angra.
E vivam todas as praias, os calangos, as mangueiras contra o Estado.
Mas não me falem do Brasil.
Sumam daqui com as histórias nacionais,
já suspeito que todos os heróis dos livros,
Pedros, Deodoros, Barbosas,
eram todos Temer de suas épocas,
todos reacionários de má fé,
todos à serviço de fazer a ditadura ficar mais inevitável.
Mais irrespirável.
Portanto não, não sobrou nada;
as palmeiras e o sabiá?
Esvoaçam e gorgeiam,
mas sempre
melhores que qualquer bandeira ou hino nacional.
Me dão um passaporte, porque alguém de fora
ainda entende que lá dentro há um país.
Quem pode ver ali um país?
Cruzo as fronteiras para torná-las menos grades,
menos de ferro, menos torpes.
E de onde venho só me encabula e
ao mesmo tempo me amordaça.
Contra Brasil.
Sim, contra, com furor.
Se não suporto um país dominado por banqueiros,
uma ditadura da mídia com um judiciário sem justiça,
entregue às corporações globais
e portanto reacionário como o capital em forma pura,
não suporto Brasil.
Não há nada que me apegue a um país
que tolera um golpe sujo como este golpe branco.
Nada mais.
Que vivam os Guaranis, os botos, o Capão Redondo e a Boca do Rio.
E vivam as pedras de Trindade, mesmo que disponíveis à Angra.
E vivam todas as praias, os calangos, as mangueiras contra o Estado.
Mas não me falem do Brasil.
Sumam daqui com as histórias nacionais,
já suspeito que todos os heróis dos livros,
Pedros, Deodoros, Barbosas,
eram todos Temer de suas épocas,
todos reacionários de má fé,
todos à serviço de fazer a ditadura ficar mais inevitável.
Mais irrespirável.
Portanto não, não sobrou nada;
as palmeiras e o sabiá?
Esvoaçam e gorgeiam,
mas sempre
melhores que qualquer bandeira ou hino nacional.
1 commento:
Não há mais narrativa que nos una numa única nação.
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