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lunedì 15 agosto 2016
mercoledì 10 agosto 2016
Credo
A Deusa, aquela das mensagens impossíveis,
que outrora contou aos eleatas que nada não é,
veio ter comigo no fim de noite,
na aurora, se diria.
Hora da virada.
Ela disse-me assim: a próximidade
é para gigantes; ou ela se torna
a vazão dos imperativos - a necessidade
que engendra sempre outra necessidade.
Ela disse com o sussurro das coisas grandes
que ficam escondidas à luz do sol
(e mais escondidas ainda sem luz alguma).
O espírito é vasto para ter luxos,
e seu vulnerável não corrói seus espaços;
ele é feito de pedidos, de ingratidão possível;
o esqueleto também é vasto para ter luxos,
virado para o lado de fora.
O avesso do gigantesco não é o ínfimo,
é a mesquinharia.
Protocolar.
Já a megalomania é como Ela,
como a Deusa, como a Natureza,
como a Senhora das Nuvens de Chumbo,
como o Silêncio: anfitriã.
Próximos são os anfitriões,
entendo a Deusa, os que carregam
a força dos imperativos e que não imperam,
entendo na hora do sol nascer, os que carregam
a força do contentamento e que não desabrigam.
Os que são maiores que a lei.
que outrora contou aos eleatas que nada não é,
veio ter comigo no fim de noite,
na aurora, se diria.
Hora da virada.
Ela disse-me assim: a próximidade
é para gigantes; ou ela se torna
a vazão dos imperativos - a necessidade
que engendra sempre outra necessidade.
Ela disse com o sussurro das coisas grandes
que ficam escondidas à luz do sol
(e mais escondidas ainda sem luz alguma).
O espírito é vasto para ter luxos,
e seu vulnerável não corrói seus espaços;
ele é feito de pedidos, de ingratidão possível;
o esqueleto também é vasto para ter luxos,
virado para o lado de fora.
O avesso do gigantesco não é o ínfimo,
é a mesquinharia.
Protocolar.
Já a megalomania é como Ela,
como a Deusa, como a Natureza,
como a Senhora das Nuvens de Chumbo,
como o Silêncio: anfitriã.
Próximos são os anfitriões,
entendo a Deusa, os que carregam
a força dos imperativos e que não imperam,
entendo na hora do sol nascer, os que carregam
a força do contentamento e que não desabrigam.
Os que são maiores que a lei.
giovedì 4 agosto 2016
Contra Brasil
Apenas vergonha desta nacionalidade que eu porto.
Me dão um passaporte, porque alguém de fora
ainda entende que lá dentro há um país.
Quem pode ver ali um país?
Cruzo as fronteiras para torná-las menos grades,
menos de ferro, menos torpes.
E de onde venho só me encabula e
ao mesmo tempo me amordaça.
Contra Brasil.
Sim, contra, com furor.
Se não suporto um país dominado por banqueiros,
uma ditadura da mídia com um judiciário sem justiça,
entregue às corporações globais
e portanto reacionário como o capital em forma pura,
não suporto Brasil.
Não há nada que me apegue a um país
que tolera um golpe sujo como este golpe branco.
Nada mais.
Que vivam os Guaranis, os botos, o Capão Redondo e a Boca do Rio.
E vivam as pedras de Trindade, mesmo que disponíveis à Angra.
E vivam todas as praias, os calangos, as mangueiras contra o Estado.
Mas não me falem do Brasil.
Sumam daqui com as histórias nacionais,
já suspeito que todos os heróis dos livros,
Pedros, Deodoros, Barbosas,
eram todos Temer de suas épocas,
todos reacionários de má fé,
todos à serviço de fazer a ditadura ficar mais inevitável.
Mais irrespirável.
Portanto não, não sobrou nada;
as palmeiras e o sabiá?
Esvoaçam e gorgeiam,
mas sempre
melhores que qualquer bandeira ou hino nacional.
Me dão um passaporte, porque alguém de fora
ainda entende que lá dentro há um país.
Quem pode ver ali um país?
Cruzo as fronteiras para torná-las menos grades,
menos de ferro, menos torpes.
E de onde venho só me encabula e
ao mesmo tempo me amordaça.
Contra Brasil.
Sim, contra, com furor.
Se não suporto um país dominado por banqueiros,
uma ditadura da mídia com um judiciário sem justiça,
entregue às corporações globais
e portanto reacionário como o capital em forma pura,
não suporto Brasil.
Não há nada que me apegue a um país
que tolera um golpe sujo como este golpe branco.
Nada mais.
Que vivam os Guaranis, os botos, o Capão Redondo e a Boca do Rio.
E vivam as pedras de Trindade, mesmo que disponíveis à Angra.
E vivam todas as praias, os calangos, as mangueiras contra o Estado.
Mas não me falem do Brasil.
Sumam daqui com as histórias nacionais,
já suspeito que todos os heróis dos livros,
Pedros, Deodoros, Barbosas,
eram todos Temer de suas épocas,
todos reacionários de má fé,
todos à serviço de fazer a ditadura ficar mais inevitável.
Mais irrespirável.
Portanto não, não sobrou nada;
as palmeiras e o sabiá?
Esvoaçam e gorgeiam,
mas sempre
melhores que qualquer bandeira ou hino nacional.
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