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giovedì 26 marzo 2015

Ouvindo sobre Rolêzinhos no Invisíveis da boca de Maurinete Lima

"O plano é seguido milimetricamente desde a escravidão."

Meu medo com os garotos que vão ao rolézinho, diz a mãe
É que o garoto não sabe mais qual é o seu lugar.
O objetivo: se dar bem com as garotas, e eles vão lá fazer política.
É fazer política? Política se faz, ou se deixa escapar?
Celebridade, tá entendendo?
Vai trabalhar, vagabundo, não sabendo o que eles estão fazendo
Uma coisa que os mais velhos não tivemos coragem de fazer.
- A ousadia de atravessar a ponte, de estar no lugar que não lhe é destinado.
Eu vim comprar, diz o Garoto, eu vim comprar, pra me certificar eu vim com mil manos. Os mil manos entortam o shopping. Entornam o segredo.
A segregação.

Por isso que o Jessé Sousa, o Criolo e o outro foram suprimidos,
Algum dia. Tiramos milhões de pessoas da pobreza pra ficar no mesmo lugar
O rolêzinho é assim: vamos pensar o que foi a Bolsa Família.
Eles tão querendo beijar 17 meninas dentro de um lugar de moral quadradinha,
Beijar, fazer amigos e comer no Mc.
E é tão pouco. Causando no shopping, sempre teve.
Cada um tinha seu rolêzinho.

Por que que as tionas são tão tristes?

Com o poder de consumo eles agora vão ao shopping.
A cidade continua apartada.
Meninos e meninas entre 13 e 17 anos acabam por colocar em xeque o apartheid social em que vivem.
O rolêzinho revela que o shopping é uma bolha moral
já que os jovens revelam que vão ao shopping para se divertir
e alguns se tornam mapeados.

Multas de 5 mil a 10 mil para a frequência nos shoppings.
A justiça, desta vez, corrobora. Não é a segurança, é o ministério público.
O ministério privado.
- Fazer desordem, são 80 mil seguidores no facebook – eles entram nas lojas e eles não podem entrar na loja que todo mundo avança.
O shopping não é nem público e nem privado, é público e é privado.
Não pode comprar, não vocês.
Acelera? – diz o rolêzinho
Essa catraca junta um valor, um valor que não pode ser parcelado,
ao contrário do tênis.
Um dos frequentadores do shopping Itaquera, que morreu 2 meses depois,
Diz que deixará de frequentar o shopping porque não tem dinheiro para pagar as multas.

Genocídio. Em vários graus. Que se matem uns aos outros.

Nossa sociedade, nossa sociedade, fala trezentas vezes desta nossa sociedade.
Não são graus, são estágios.
O primeiro estágio é dentro da escola.
A escola não envolve tudo o que ele sabe. Chama tamburete o banco?
Os subalternos falam todo o tempo, falam negro, falam nordestino?
Na escola: você é burro, você não entende nada.
Todos os professores diante de todas as aulas: você é burro. Bahiano.
“Eu acabo me sentindo menor” me diz o 7 a 14 anos.
Quem tava fora da faixa – tinha 9 e carecia ter 7 – nem se apresentava à escola.
Conheça o seu lugar.

Tudo o que você sabe não é nada, aqui.
Aperreada, vó? Deve ser palavrão, minha mãe proibiu palavrões.
Como que eu sei plantar?
Você sabe, e é uma coisa que é proibida a você.
É macaxeira e tamburete mesmo.
Tem nordestino no sangue de todo toca-discos.
A minha avó, eu tinha uma avó... sim do Ceará.
A Roberta, como a mãe casou com um branco,
Ela queria ir pra televisão, ser paquita.
Foi recusada como paquita.
E aí fez a festa – vai te catar.
Ela se achava branca, e o maior susto foi não ser. Não ser paquita.
O cabelo se herda da mãe - acha a mãe branca.

Mas estes aí, sem saber das toneladas que pesam os séculos, estão fazendo política corpo a corpo.
Atravessando o murão.
Itaquera fica na zona leste, faz o projeto do consumo, e o exclui.
Ruído. 8 de dezembro de 2013
6 mil adolescentes – e o shopping fechou duas horas mais cedo.
O tumulto, a polícia. O segundo... o terceiro...
O shopping fechou. Já não há mais shopping.
Há quando as catedrais eram brancas.
Não houve registro de furtos.

Vamo colá tumultuando a porra toda, curtindo uns funk e pegando geral.

Classe C em ascensão? É leite C que a gente tomava?
Já entramos nas caixinhas?

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