Depois de subir em um elevador que parecia um bonde
saímos em mais um bairro de ladrilhos
e praças
com homens a cavalo e salvadores
(descritas a moda do dono da albergaria insulana,
que fugiu da guerra colonial
para estar por sete vezes na Tsavah israelense
a fazer sua própria guerra. Ele veio do Belmonte
onde antes mesmo de chegar tras-os-montes
seu avô era obrigado a ir a missa todo domingo
pela polícia. Até 25 de abril.)
Mas é 18 de abril e na praça com uma pequena lagoa
lagoa com patos, alguns até mascarados,
vendem estrelícias da cor das laranjas de portugal
estrelicias como as que eu mandei para a Gisel
quando ela andava por outras décadas
perto do 18 de abril.
depois descemos a ribanceira torta e
o céu não ficou cheio de cinzas vulcânicas
mas de chuva. chegamos a pensão da família Macedo.
pelos músculos a força do grão de bico
com curry, e o ar dos azulejos imbassados.
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domenica 18 aprile 2010
sabato 10 aprile 2010
Os detetives gelados - Bolaño
Sonhei com detectives gelados, detectives latino-americanos
que tentavam manter os olhos abertos
no meio do sonho.
Sonhei com crimes horríveis
e com tipos cuidadosos
que procuravam não pisar os charcos de sangue
e ao mesmo tempo abarcar com um só olhar
o cenário do crime.
Sonhei com detectives perdidos
no espelho convexo dos Arnolfini:
a nossa época, as nossas perspectivas,
os nossos modelos de Espanto.
Poema com tradução de Tiago Nené
que tentavam manter os olhos abertos
no meio do sonho.
Sonhei com crimes horríveis
e com tipos cuidadosos
que procuravam não pisar os charcos de sangue
e ao mesmo tempo abarcar com um só olhar
o cenário do crime.
Sonhei com detectives perdidos
no espelho convexo dos Arnolfini:
a nossa época, as nossas perspectivas,
os nossos modelos de Espanto.
Poema com tradução de Tiago Nené
giovedì 8 aprile 2010
Homenagem aos gêmeos Antunes
C'est triste d'avoir un accessoire
C'est triste d'être un accessoire
C'est triste d'être quoi qui ce soit
by G translated by L
C'est triste d'être un accessoire
C'est triste d'être quoi qui ce soit
by G translated by L
giovedì 1 aprile 2010
Me jogaram uma manhã
Súbita, desprevenida, cheia de luz
e com tempo passando, me atiram mais uma manhã.
Bastaram meus olhos abrirem.
Viro o corpo, procuro o lado em que está o criado mundo
ponho meus óculos de fim de sonho
e viro os lóbulos:
- Eu tinha que ir com o Dono do meu carro ao DETRAN.
e com tempo passando, me atiram mais uma manhã.
Bastaram meus olhos abrirem.
Viro o corpo, procuro o lado em que está o criado mundo
ponho meus óculos de fim de sonho
e viro os lóbulos:
- Eu tinha que ir com o Dono do meu carro ao DETRAN.
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