Visualizzazioni totali

lunedì 8 febbraio 2010

Eu na rua



Um homem, bem branco, de camiseta de time de futebol e com a família
grita aos baderneiros: baderneiros!
Eu passo pela rua, salgado, ensolarado, cheio de lágrimas emperradas
(Tormenta grande tratar a alegria como um hóspede de luxo,
descriminando, discriminando a maldade e a agrura.)
Pois bem: baderneiros!
E eu, mancomunista, sem voz, líquido
preso à incapacidade dos meus olhos em terem punhos cerrados
olho.
Sou touro, sou javali, sou lápis de cor,
minha letra tem o sotaque da imprecisão,
olho.
Animais ferozes, enjaulados na rua, o homem vestido
e eu, olho.
Ele para de urrar por quarenta segundos.
Eu me penduro à baderna, e passo.

Nessun commento: